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Aos 6 anos, menina cria ONG com grandes ações anuais

10 jun 2014 - 13h00
(atualizado em 13/6/2014 às 16h04)
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Beatriz Martins, a Bia, tinha seis anos de idade, quando fez uma pergunta aos pais que mudaria a sua vida e a de outros milhares de brasileiros. “Eu estava com meu pai, de carro, vendo crianças de roupas rasgadas e descalças na periferia e fiquei inconformada com aquilo. Ele me explicou que elas não tinham condições de ter brinquedos, roupas, mas tinham as mesmas vontades do que eu, os mesmos gostos. Era 2006 e, a partir de agosto daquele ano, juntei balinhas de restaurantes e pizzarias, que vinham junto com o troco, e comecei a entregar para as crianças que vi aquela vez”, conta Bia, hoje com 14 anos.

No Natal daquele ano, a paulistana Bia e seus pais, o diretor de eventos Ricardo, e a produtora de eventos Jane, capitanearam a sua primeira boa ação, ajudando 600 pessoas com doações de roupas e alimentos. A ONG nasceria em janeiro de 2007 e o nome, Olhar de Bia, fora escolhido por conta da percepção da jovem Beatriz sobre a realidade dos mais carentes.

São seis grandes ações por ano: Volta às Aulas, Páscoa, Mês das Mães, Mês dos Pais, Dia Das Crianças e Natal. “Doamos brinquedos, roupas, livros, material escolar, alimentos... Durante o ano todo, ajudamos várias comunidades, enquanto que nessas datas festivas priorizamos o auxílio a jovens e crianças”, diz Bia, que nos últimos sete anos auxiliou mais de 100.000 brasileiros. 

No último Natal, em 2013, a ONG recebeu 7.000 peças de roupas, 3,5 toneladas de alimentos, 2.000 livros e 9.000 brinquedos. O material foi reunido durante um ano. Todos os que participam da ONG são voluntários e, por não haver uma sede, tudo é feito em campo. 

Bia tem novos olhares para o futuro

“Nossos projetos para o futuro são oferecer cursos profissionalizantes e inserir o jovem no mercado de trabalho com o projeto Olhares (Olhar do Chef, em gastronomia e Olhar do Bem, em fotografia). Não adianta dar o peixe e não ensinar a pescar. Português, Matemática e educação básica serão fundamentais para as pessoas terem acesso a esses cursos”, diz Bia, que projeta o sonho de abrir uma sede para a ONG.

A jovem acredita que, como ela, existam muitas “Bias” por aí querendo ajudar o próximo. “Meu pai foi muito importante para criar essa ação, é um exemplo, e nós temos agregado muitas crianças e jovens por conta disso.”

A vida de Bia, claro, mudou desde então. Hoje são ações, eventos, palestras e ainda a escola. “Mudou bastante a minha responsabilidade em relação à ONG. Mas sigo mantendo meu lado criança, até porque me considero nova aos 14 anos. Nunca devemos deixar isso morrer em nós.”

Fonte: Dialoog Comunicação
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