"Às vezes você aprende mais com os colegas do que nas aulas", diz brasileira que estuda em Harvard
Jovens brasileiros estão descobrindo que estudar nas melhores universidades do mundo é um sonho possível de realizar
De Belo Horizonte para o mundo. Aos 20 anos, Izabela Cristina da Silva deixou o Brasil carregando um sonho que muitos consideram inatingível: estudar em Harvard. Aluna de Biologia Celular e Molecular na universidade mais prestigiada do planeta, ela conta que o sonho surgiu de um jeito inusitado.
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Izabela sempre gostou de estudar, mas não se imaginava nos corredores de Harvard, até que ela viu ser possível ao assistir ao filme 'Legalmente Loira'.
"Eu sei que pode parecer bobo, mas foi ali que vi pela primeira vez uma menina 'gente como a gente' chegar a Harvard", relembra.
A ideia plantada pela ficção se transformou em determinação. Com o tempo, ela passou a buscar oportunidades que a aproximassem desse sonho. Entre atividades extracurriculares e um desempenho impecável, a jovem se destacou, mas sentiu que ainda precisava de algo mais.
"Eu já tinha tentado aplicar sozinha, mas tive dificuldades com prazos e não obtive bons resultados. O Prep Program foi essencial, não só financeiramente, mas também com feedbacks, para aprimorar minhas respostas nas entrevistas e descrever minhas atividades de forma mais clara", conta ela, ao citar o programa preparatório da Fundação Estudar.
Durante a preparação gratuita, ela recebeu mais de 200 horas de conteúdo e workshops estratégicos. Izabela conta que aplicou para 41 universidades, mas a aprovação para Harvard foi a realização de um sonho.
"No dia, eu fui dormir às 6h da manhã com medo de que fosse um sonho. Foi um alívio total, um sentimento de gratidão imenso por todo o esforço ter valido a pena", diz ela. "Meu entrevistador disse algo que ficou na minha cabeça: 3% ou 4% de chance de aprovação é maior que 0. Isso me tirou da zona de conforto".
Como é viver em Harvard
Estar em uma das universidades mais renomadas do mundo é um desafio diário, mas também uma oportunidade de aprendizado constante. Izabela não disfarça o brilho nos olhos ao comentar a experiência.
"Estou aqui há apenas três semanas, mas já me sinto completamente imersa. Entrei de penetra em uma das aulas mais famosas, a Justice, e foi uma experiência incrível. O ambiente é de muita intelectualidade, e às vezes você aprende mais com os colegas do que nas próprias aulas", revela.
O choque cultural inicial foi inevitável, mas Izabela diz que está se adaptando rapidamente. A comunidade brasileira na universidade tem ajudado nesse período.
"A saudade do Brasil bateu forte nos primeiros dias, mas há uma comunidade brasileira forte aqui, o que ajuda muito. Além disso, Harvard é repleta de recursos e eventos. Você só não será bem-sucedido se não quiser, porque as oportunidades estão ao alcance de todos", destaca.
Para Izabela, a maior lição até agora foi entender que tentar é sempre melhor do que desistir. Hoje se sentindo mais independente e segura, Izabela compara a experiência a uma espécie de "terapia de exposição".
"É como uma terapia de exposição. Aprendi a usar o transporte público daqui sozinha, a me virar com o que tenho. Essas pequenas coisas me fazem crescer", afirma.
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