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Ataque em escola: adolescente foi denunciado à polícia há 1 mês após vídeo simulando violência

Boletim de ocorrência foi registrado contra o jovem após 'comportamento suspeito nas redes sociais'. 'Pais estão se sentindo acuados e amedrontados', descreve a denúncia

27 mar 2023 - 19h09
(atualizado às 21h27)
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O adolescente de 13 anos responsável pelo ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro nesta segunda-feira, 27, foi denunciado à Polícia Civil há menos de um mês por "apresentar comportamento suspeito nas redes sociais" e postar "vídeos comprometedores" nos quais aparece "portando arma de fogo" e "simulando ataques violentos".

Um boletim de ocorrência foi registrado no último dia 28 na delegacia eletrônica narrando a denúncia. O documento ao qual o Estadão teve acesso ainda diz que o adolescente "encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp" e "alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos".

O boletim ainda descreve que os responsáveis pelo adolescente foram "convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar", localizada em Taboão da Serra, "para que as providências cabíveis fossem tomadas".

Polícia isola área de escola onde ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, 27
Polícia isola área de escola onde ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, 27
Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO / Estadão

Na saída do 34.° DP na noite desta segunda-feira, os pais do adolescente se recusaram a comentar o ataque e, por meio de uma advogada, afirmaram que estão "solidários com a família da vítima", a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos.

Leia o boletim de ocorrência do caso

O boletim foi registrado como ato infracional análogo a ameaça no dia 28 de fevereiro deste ano. O documento informa que a vítima ou o representante legal deveriam comparecer à delegacia em até seis meses para "oferecimento de representação criminal para início das investigações". "Findo esse prazo, sem manifestação da vítima ou de seu representante, o autor não poderá mais ser investigado e/ou processado criminalmente pelos fatos aqui registrados", complementa.

O registro foi encaminhado para a unidade policial da área dos fatos para apreciação do delegado titular, descreve o documento, que não aponta se outras medidas foram tomadas.

Alunos da antiga escola do adolescente tinham medo

A mãe de uma aluna da escola em Taboão relatou ao Estadão que sua filha foi colega do autor do ataque que ocorreu nesta segunda.

A mãe conta que, recentemente, a menina chegou "em choque" em casa, dizendo que a escola havia descoberto uma tentativa de ataque. A autoria, relatou a menina, teria sido do mesmo adolescente que golpeou, com faca, quatro professoras e um aluno.

"Faz pouco tempo. Ele já tinha dado indícios no Pacheco (Escola Estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra). Eles (os alunos) estão em choque, todos com medo", relata a mãe. Pouco tempo depois, ele foi transferido.

Em conta fechada nas redes sociais, mensagens atribuídas ao garoto dizem que ele estava ansioso para o dia do ataque e elogiava outros ataques similares no País.

Entenda o ataque na escola

O ataque cometido por um adolescente com um faca aconteceu por volta das 7h20 da manhã na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista. O garoto esfaqueou pelo menos quatro professoras e um aluno, segundo o governo de São Paulo.

O agressor do 8º ano do ensino fundamental, de 13 anos, foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local nesta segunda.

Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por uma professora de Educação Física.

Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, havia sido encaminhada em estado grave para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). Por volta das 10h30, a morte foi confirmada.

Professora de Ciência, ela foi uma das que agiram para separar os estudantes durante um conflito anterior. Elisabeth trabalhava havia pouco tempo no colégio e estava fazendo a chamada quando foi atingida pelos golpes. /COLABOROU ANA LUÍZA ANTUNES

Estadão
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