Brasileiro viaja pelo mundo em novo projeto de universidade
O brasileiro Guilherme Nazareth está estudando na faculdade que tem aulas online itinerantes
“As aulas são as mais interativas que já tive. Em pouco tempo já pude ver que eles realmente colocam o ensino como maior prioridade”, afirma Guilherme Nazareth, 19 anos, único brasileiro da primeira turma do Projeto Minerva. Idealizada há 3 anos, a inciativa inova na forma de aprendizado nas faculdades, oferecendo aulas por meio de uma plataforma online específica e, para o sonho dos estudantes, itinerantes. Durante os quatro anos de curso, os alunos vivem juntos em residências globais nas principais cidades do mundo. A expectativa é que morem em até sete países diferentes. Buenos Aires, na Argentina, e Berlim, na Alemanha, são cidades que já foram confirmadas.
Durante a primeira semana de setembro, os alunos selecionados participaram de atividades de orientação na primeira cidade a receber os estudantes: São Francisco, nos Estados Unidos. Eles participaram de oficinas de competências culturais, apresentação à plataforma de tecnologia e uma reunião individual com orientadores acadêmicos.
No dia 9 de setembro iniciaram as aulas que, no primeiro ano do curso, são focadas em desenvolver o pensamento crítico e a argumentação dos alunos. Todas as aulas são em formato de seminários, liderados por um professor via plataforma de tecnologia da Minerva, o Active Learning Forum. Guilherme conta que as aulas abordam temas diversos. Na primeira semana, alguns assuntos debatidos e trabalhados em aula foram o crescimento das regiões metropolitanas nos Estados Unidos, alcoolismo e leis da física para ensinar conceitos de matemática, ciência da computação e comunicação eficiente. Apesar de não estarem fisicamente juntos, Guilherme conta que precisa estar sempre atento: “muitas vezes sou chamado de forma aleatória para comentar algo que o professor ou outro aluno tenha dito, então preciso ter atenção total sempre, e não só no conteúdo: os comentários também são avaliados por qualidade de expressão”.
O aluno conheceu o Projeto Minerva quando pesquisava faculdades para estudar no exterior. O porto-alegrense chegou a cursar o primeiro ano de Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas não estava satisfeito com o ensino da instituição: “eram muitos alunos na sala de aula e não tinha nenhuma interação com o professor. O conteúdo era muito básico e eu sentia que precisava de algo mais. Logo que ouvi falar de Minerva tinha certeza que lá era o lugar certo para mim”. Segundo Guilherme, o Minerva exige que o aluno tenha todo o conhecimento através de leituras extensas e que entregue um "dever de casa" que faz parte da nota final. Ele explica que os professores separam e comentam a gravação de cada comentário que ele faz em aula.
No final do segundo ano no projeto, os estudantes podem escolher o seu curso, que é chamado de "concentration". Guilherme pretende estudar Economia, com enfoque maior em matemática e negócios. “Quero ser um empreendedor e saber como é a economia em diferentes países. Vai me ajudar a desenvolver um plano de negócio de sucesso”, afirma.
Sobre o Projeto Minerva
O Projeto Minerva foi fundado pelo CEO Ben Nelson em 2011, na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, em parceria com a KGI (Keck Graduate Institute). Ela recebeu um investimento de 25 milhões dólares da Benchmark Capital, em 2012. O ex-reitor da Universidade Harvard, Stephen Kosslyn, é o decano fundador das quatro escolas de artes e ciências (ciências naturais, ciências da computação, ciências sociais e artes e humanidades) da Universidade Minerva, que também possui uma escola de negócios.
Para a primeira turma foram quase 2,5 mil inscritos de 96 países diferentes, mas apenas 30 alunos de 14 países foram selecionados. O processo de seleção incluiu a avaliação de teste de proeficiência em inglês, histórico escolar e entrevistas sobre experiências profissionais e pessoais. As aplicações estão abertas para início das aulas no segundo semestre de 2015. Os alunos interessados podem se inscrever na https://minerva.kgi.edu/application/start/.Não há taxa de matrícula e o custo da anuidade é de US$ 10.000, cerca de 25% do custo das melhores instituições privadas americanas.