Aumento do custo de vida faz com que 1 em cada 4 trabalhadores no mundo busque trocar de emprego
Segundo pesquisa da PwC, número dos que planeja mudar de trabalho subiu de 19% em 2022 para 26% este ano
A Pesquisa de Esperanças e Medos da Força de Trabalho Global, da PricewaterhouseCoopers (PwC), aponta que hoje há mais trabalhadores querem mudar de emprego nos próximos 12 meses do que no mesmo período do ano passado. Segundo o levantamento, essa é a intenção de 26% dos trabalhadores, contra 19% em 2022.
Entre os motivos para querer mudar estão a pressão financeira e a necessidade de buscar salários mais altos devido ao aumento do custo de vida. O número é ainda maior para os funcionários mais jovens, com 35% da geração Z (nascidos entre 1996 e 2010) e 31% dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996) planejando trocar de emprego.
A pesquisa obteve respostas de quase 54 mil trabalhadores de 46 países e territórios. Os resultados apontam que os CEOs e outros líderes de alto escalão precisam reinventar as organizações, mas, se não contarem com o apoio dos funcionários, os esforços devem fracassar. Confira abaixo alguns dos principais resultados da pesquisa.
Relação entre finanças e novas habilidades
A pesquisa também encontrou relações entre o estresse financeiro e o foco dos funcionários em desenvolver novas habilidades.
Entre aqueles que conseguem pagar as contas de maneira confortável, 62% afirmam que estão buscando ativamente oportunidades para aprender novas habilidades. Porém, entre aqueles que têm dificuldades para cobrir as despesas, a proporção cai para 50%.
A PwC, que realiza a pesquisa, coloca que os líderes precisam estar cientes dos estresses pelos quais seus funcionários estão passando. "Ajudar os funcionários a lidar com seu estresse financeiro beneficiará os trabalhadores, além de fornecer às organizações a energia humana e a atenção de que precisam para prosperar", afirma.
Trabalhos secundários
Entre os entrevistados, 21% dos trabalhadores afirmam que trabalham em mais de um local além do principal. A proporção é mais alta entre pessoas que possuem dificuldades para pagar as contas (24%) e entre aquelas que não conseguem pagá-las na maior parte do tempo (27%).
Embora muitas pessoas com empregos secundários citem a oportunidade de aprender novas habilidades como motivo (36%), elas são quase duas vezes mais propensas a citar a necessidade de ganhar mais dinheiro (69%).
Necessidade de transformação
Um terço dos trabalhadores diz que sua empresa não será economicamente viável em dez anos se continuar no curso atual, o que é comparável aos 39% dos CEOs que afirmaram isso no início de 2023 na 26ª Pesquisa Anual de CEOs Globais da PwC.
Os trabalhadores da geração Z são os mais pessimistas: 49% dizem que sua empresa não sobreviverá mais uma década sem se transformar.
Aumento das dificuldades financeiras
Segundo a pesquisa, 14% dos funcionários ao redor do mundo enfrentam dificuldades para pagar suas contas todos os meses, e outros 42% dizem que, uma vez que cobrem suas despesas, têm pouco ou nada sobrando. O último dado representa aumento em relação aos 37% em 2022.
Aumento da desigualdade de habilidades
Neste ano, 53% dos funcionários afirmam que seus empregos exigem treinamento especializado, um aumento em relação aos 49% do ano passado.
Os trabalhadores sem treinamento especializado também têm mais chances de enfrentar dificuldades financeiras do que os trabalhadores especializados, além de serem menos propensos a ter uma compreensão clara de como suas habilidades irão evoluir, diz a pesquisa.
Sem medo da inteligência artificial (IA)
Os entrevistados citaram mais impactos positivos da IA do que os negativos. O sentimento mais comum, expresso por 31% dos entrevistados, é "A IA me ajudará a aumentar minha produtividade/eficiência no trabalho".
Outras percepções foram "A IA criará oportunidades para eu aprender novas habilidades" (27%) e "A IA criará novas oportunidades de trabalho para mim" (21%). 35% dos entrevistados selecionaram ao menos uma frase negativa sobre a IA.