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Brasileiro supera violência na infância, descobre superdotação e ganha reconhecido pelo MIT por criar 'braços controlados pela mente'

De origem humilde, Luiz Fernando da Silva Borges diz ter recebido mais de 60 prêmios científicos no ramo da neurociência

16 out 2024 - 05h00
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‘É muito importante para demonstrar que é possível fazer’, diz brasileiro reconhecido pelo MIT:

Você lembra o que fazia entre os 16 e 26 anos? Luiz Fernando da Silva Borges, motivado a melhorar a qualidade de vida de crianças com paraplegia e adultos em condição de reabilitação, já trabalhava para mudar a neurociência a partir da relação máquina-cérebro. 

Ficou confuso? De modo popular, ele pesquisa e desenvolve sistemas que permitem o usuário a mexer próteses e outras tecnologias apenas utilizando o poder da mente. 

O trabalho de Luiz Fernando da Silva Borges, atualmente com 26 anos, é tão relevante que, em setembro de 2024, ele foi reconhecido e incluído em uma seleta lista de empreendedores de até 35 anos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) por suas contribuições à área da neurociência.

A honraria não é de longe a primeira conquista do brasileiro, que já foi reconhecido com "altas habilidades e superdotação" pelo núcleo governamental especializado neste tipo de identificação, o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades–Superdotação (NAAH/S), unidade de Campo Grande (MS). Antes mesmo de entrar na faculdade, ele desenvolveu um método para controlar próteses robóticas com sensibilidade tátil, ou seja, a pessoa amputada pode não somente retomar os movimentos com o braço mecânico, bem como pode sentir a temperatura do objeto que está tocando ou segurando.

Luiz Fernando recebe honraria do MIT
Luiz Fernando recebe honraria do MIT
Foto: Arquivo pessoal

Esse avanço no campo da neurotecnologia lhe rendeu uma premiação do Lincoln Laboratory do MIT, que batizou o asteroide 33503 de Dasilvaborges em sua homenagem.

Agora, aos 26 anos e cursando engenharia da computação, ele quer criar as oportunidades que não teve na juventude em Aquidauana (MS). Por isso, fundou a Kortex, empresa que visa democratizar o ensino da neurotecnologia, fomentar pesquisas e até financiar projetos promissores. A ideia, além de colocar o Brasil como referência no ramo, é preparar as próximas gerações para as profissões do futuro.

Conheça Luiz Fernando da Silva Borges, o gênio brasileiro

Luiz Fernando trabalhando com neurotecnologia
Luiz Fernando trabalhando com neurotecnologia
Foto: Arquivo pessoal

Nascido no Mato Grosso do Sul, ele é um autodidata que se destacou logo cedo. Criado em uma família regida por mulheres, ele não tinha muitos acessos ou recursos, mas o estudo era incentivado desde sempre dentro de casa. Seus horizontes ficaram sem barreiras quando ele tinha 12 anos, época em que a família adquiriu seu primeiro computador.

“Eu morava numa vizinhança bem violenta, na minha rua tinha dois pontos de vendas de drogas, já cheguei em casa e tinha batida policial. Não conseguia entrar em casa porque a rua estava fechada. Já aconteceu de traficante cair dentro de casa fugindo da polícia, pessoas já foram assassinadas na esquina da minha rua, então esse é o ambiente que eu morava [...] Creio que o investimento na educação, para eu conseguir ficar dentro de casa e conhecer o mundo por meio dos livros, por meio da televisão e do PC, foi essencial”. 

Navegando pelo oceano de conhecimento que a internet proporcionou, Luiz, inspirado em séries e longas-metragens de ficção científica, sonhava em estudar genética e adorava consumir conteúdo sobre o assunto. Um de seus ídolos, inclusive, era a geneticista Mayana Zatz. Todavia, seu conhecimento logo o levaria para outra ramificação da ciência.

Luiz Fernando na infância
Luiz Fernando na infância
Foto: Arquivo pessoal

Entre os 14 e 16 anos, cursando o ensino médio e o técnico em informática no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) – onde adquiriu boa parte de sua noção em relação à programação –, ele já demonstrava um leve interesse pela neurotecnologia.

Participante ativo de feiras de ciência, ele desenvolveu um sistema embrionário que tinha como objetivo viabilizar a comunicação de equipes médicas com pacientes em coma. O projeto, por mais inicial que fosse, lhe rendeu duas vitórias na categoria engenharia biomédica em 2016 e 2017, no Intel International Science and Engineering Fair, prêmio promovido pela multinacional Intel e que destaca projetos em ciência e engenharia.

Profissões do futuro e o Brasil referência na neurotecnologia

Aos 18 anos, Luiz Fernando já tinha conquistado mais de 60 prêmios científicos, conforme seu site oficial. Em 2019, após um ciclo de palestras pelo País, mudou-se para São Paulo, onde estudou no Insper e, durante a pandemia, desenvolveu uma espécie de ventilador pulmonar de baixo custo, além de incentivar a vacinação infantil com uso da realidade virtual no SUS.

Em 2022, iniciou sua graduação no Inteli e fundou a Kortex, com intuito de disponibilizar recursos e transformar o Brasil em um celeiro de novas oportunidades na neurotecnologia. “O foco principal da empresa é a educação. Existem plataformas já prontas para receber essas aulas online, hoje em dia tem tantos cursos vazios, de coisas que não agregam muito conteúdo, pensei: ‘Porque não ocupar esses espaços com tecnologia?’”.

Luiz Fernando recebe honraria do MIT
Luiz Fernando recebe honraria do MIT
Foto: Arquivo pessoal

A ideia da Kortex é atrair interessados no ramo da neurociência, tecnologia e programação e realizar um nivelamento de conhecimento. Todo esse processo é realizado a partir de aulas online e, assim que concluído, o discente poderá adquirir um kit com peças fundamentais para desenvolver seus próprios sistemas e ideias. Projetos promissores e pioneiros, têm a possibilidade, inclusive, de ganhar o suporte financeiro da instituição.

“A minha vida foi transformada graças a fazer projetos com neurotecnologia, apresentar esses projetos em feiras de ciências, conhecer o mundo, representando o Brasil lá fora, ganhei mais de 60 prêmios, dentre eles o asteroide 33503 DaSilvaBorges, porque não dar essa mesma oportunidade? Só que dando essa mesma oportunidade da questão didática, de aprendizado, e oferecer com isso um mega plano de carreira, dentro de uma empresa só. Então, é uma empresa de ensino, pesquisa e desenvolvimento de produtos. A Kortex vai preparar as pessoas para profissões que ainda não existem, para desenvolvedores de aplicativos e interfaces neurais, para trabalhar com realidade aumentada e muito mais”.

Fonte: Redação Terra
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