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Com ganhos de 60% acima da inflação, estudo revela disparidade na remuneração de cargos públicos

Enquanto isso, outros cargos da esfera federal tiveram desvalorização real que chegou a 38%

22 fev 2024 - 05h00
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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Há uma grande disparidade na remuneração de profissionais em cargos do Executivo, considerando os últimos 25 anos. A conclusão é de um estudo realizado pelo Movimento Pessoas à Frente, a pedido do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

O levantamento sugere que seja feita uma reforma do sistema de carreiras relacionadas à gestão pública federal com o estabelecimento de um padrão para os reajustes salarias ou das definições das remunerações.

Tomando como base dados compilados de 1998 até 2022, e corrigindo os valores dos salários de acordo com a inflação de abril de 2023, veja os principais destaques do estudo:

  • O estudo mostrou que cargos do grupo de gestão, como especialistas em políticas públicas ou analistas de orçamento, tiveram um aumento salarial 60,7% acima da inflação;
  • Enquanto isso, secretários nacionais de Ministérios tiveram desvalorização salarial de 36%;
  • Outro grupo a ter desvalorização salarial foi o de assessores do alto escalão do governo, com desvalorização de 38%;
  • Depois dos cargos relacionados à gestão, as carreiras de nível superior do plano geral de cargos (PCC/PGPE) tiveram ganhos reais de 48,2%;
  • Em seguida, os auditores fiscais obtiveram valorização real de 45,4% em seus salários.

Segundo o Movimento Pessoas à Frente, o diagnóstico confirma que há 25 anos observa-se uma desigualdade entre as carreiras.

A novidade é que houve uma inversão: em 1998, um secretário nacional de Ministério ocupava o topo das carreiras analisadas no estudo, com remuneração que, atualmente, corresponderia a mais de R$ 27 mil ao mês; hoje, o mesmo cargo tem remuneração fixada em pouco mais de R$ 17 mil e está atrás de outras quatro carreiras.

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Confira as carreiras com maiores salários finais:

  • Auditor fiscal tem o maior salário final, segundo o estudo, de mais de R$ 31 mil;
  • As carreiras do grupo de gestão, como especialistas em políticas públicas ou analistas de orçamento, aparecem com o segundo maior salário final, de mais de R$ 28 mil;
  • Em seguida, está o advogado da união, com salário final de quase R$ 28 mil;
  • O fiscal agropecuário tem salário final de quase R$ 21 mil.

“Secretários nacionais responsáveis pela condução de políticas públicas fundamentais para o País ganham menos, por exemplo, que um fiscal da receita em início de carreira ou de um profissional com atividades das carreiras do grupo de gestão. É um cargo de alta complexidade que exige preparo gerencial, técnico e político, e a atual remuneração não condiz com o grau de responsabilidade e pressão que um secretário nacional enfrenta”, diz Felipe Drumond, pesquisador responsável pelo diagnóstico.

“Isso certamente se coloca como um desafio para atrair lideranças de fora do serviço público ou mesmo servidores de carreiras de elite bem-remunerados e que não veem vantagem em assumir tamanho desafio”, completa.

O movimento defende que seja criada uma metodologia para ajudar a classificar as complexidades de cada função no âmbito federal para, então, definir sua remuneração. Pede ainda a formulação de uma política centralizada da revisão de salários dos servidores e lideranças públicas, de forma a corrigir as distorções, assim como combater supersalários.

Fonte: Redação Terra
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