Dia do Salva-Vidas: como se tornar um e como é a rotina da profissão
28 de dezembro é comemorado o Dia do Salva-Vidas, profissão que protege banhistas de afogamentos e outros acidentes em praias e rios
No dia 28 de dezembro, o Brasil comemora um profissional que tem trabalho redobrado no verão, os salva-vidas. Esses profissionais, também conhecidos como guarda-vidas, são treinados para evitar afogamentos e para preservar a vida dos banhistas que se envolvem em situações críticas no mar, rio ou piscina.
Eles atuam ainda na conscientização dos banhistas e no mapeamento dos mares, rios e similares, bem como na emissão de alertas sobre os mais variados riscos aquáticos, incluindo a presença de águas-vivas e tubarões, por exemplo.
Origem da data
Supostamente, o dia do salva-vidas é comemorado em 28 de dezembro por causa do anjo Damabiah, responsável pela proteção e auxílio das pessoas que estão ou vivem no mar.
Por coincidência ou não, no dia 28 de dezembro de 1970, a Brigada Militar Brasileira formava a primeira equipe de policiais com a função de trabalhar exclusivamente como salva-vidas, na cidade de Porto Alegre.
No Brasil, os primeiros guarda-vidas começavam a atuar em meados da década de 50, na região litorânea do Rio Grande do Sul. A atividade era realizada por voluntários da população litorânea, principalmente pescadores, que vigiavam a beira da praia de Tramandaí, obtendo como retribuição o reconhecimento do público por sua coragem e vontade de salvar.
Em 1990, a atividade começava a ser coordenada e administrada pelo Corpo de Bombeiros Militar, que tem como principal atividade o salvamento de pessoas.
As primeiras organizações de salva-vidas no mundo são oriundas da França, com a Societé Centrale de Sauvatage de Naufragés (criada em 1865) e os Hospitaliers Sauvateurs Bretons (1873), entidades que foram reconhecidas como utilidade pública em 1901.
Como se tornar um salva-vidas
Para se tornar um salva-vidas, é necessário ter concluído o ensino fundamental, estar em dia com as obrigações eleitorais, não ter sofrido nenhum tipo de condenação criminal, ter no mínimo dezoito anos, além de passar por um processo seletivo que testa as habilidades físicas do candidato.
No estado de São Paulo, um salva-vidas que trabalha na temporada precisa cumprir 200 metros de nado em piscina em até seis minutos e correr um quilômetro abaixo de oito minutos. Estando apto, o candidato é treinado com noções de primeiros socorros e salvamento aquático, além do treinamento de condicionamento físico.
No final de novembro deste ano, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou uma sugestão legislativa para regular a profissão de salva-vidas. Além das exigências já citadas, a sugestão de lei ainda prevê a necessidade de um curso profissionalizante com carga horária mínima de 160 horas e atualização da formação a cada dois anos.
Outra maneira de se trabalhar como guarda-vidas é se tornar um policial militar, a partir da aprovação em concursos públicos. Para isso, é importante ficar atento aos editais em seu Estado.
Quanto ganha um salva-vidas
As remunerações dos profissionais variam de acordo com o local de trabalho. Os estados paga cerca de R$ 1,8 mil por mês, além de benefícios. Já as prefeituras pagam cerca de R$ 2,3 mil mensais.
Como é a rotina de um salva-vidas
A porta-voz do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar) do Estado de São Paulo, capitão Karoline Burunsizian Magalhães, explica que o trabalho de um guarda-vidas se divide em dois durante o ano.
Na pré-temporada, que vai de 1º d abril até 30 de novembro, os salva-vidas começam o seu dia no quartel, recebendo uma instrução matinal, de cerca de duas horas.
De lá, eles vão para os postos avançados e fazem o trabalho na praia: colocam as placas, sinalizam os riscos e ficam lá cuidando se alguém for para o mar. Os guarda-vidas se comunicam com os banhistas através dos apitos e do diálogo.
Durante a temporada, o trabalho já começa na areia, das 7 da manhã às 19 horas, com as mesmas atividades.
A capitão explica que as ocorrências de afogamento são as mais comuns, e que, geralmente, os banhistas não respeitam os avisos de área perigosa. Outro fator de risco é a ingestão de álcool e outras drogas antes do banho de mar.
"Dados apontam que mais de 80% das pessoas que morrem afogadas ingeriram algum tipo de bebida alcoólica ou usaram algum tipo de droga, ou seja, estavam sem a percepção real da situação de perigo", explica.