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Especialistas defendem aliança entre gêneros para fortalecer diversidade nas empresas

Para consultor em diversidade, nem mesmo entre os homens há universalidade: "Eles também fazem parte da diversidade", diz Ismael dos Anjos

7 set 2024 - 05h00
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Resumo
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Foto: Getty Images

A busca por um ambiente de trabalho mais diverso e equitativo já faz parte, ao menos na teoria, do compromisso ético e social de inúmeras empresas. O processo pode ser desafiador e encontrar resistência entre as lideranças e colaboradores, exigindo também avaliação contínua para possíveis ajustes nas práticas e políticas desenvolvidas. E esse esforço não deve ser só das mulheres.

Especialistas ouvido pelo Terra destacam que ainda que espere-se atuação dos homens na busca pela diversidade nas empresas, não dá para considerá-los um grupo homogêneo. Ismael dos Anjos, consultor da CKZ Diversidade e especialista em masculinidades, equidade de gênero e raça, ressalta que também há homens em grupos minorizados -- como negros, trans, gays e bissexuais.

"Quando falamos sobre quem detém o poder, geralmente vemos um grupo de homens cisgênero, brancos, em sua maioria héteros. E é preciso que eles entendam que não são universais, que eles também fazem parte da diversidade, para termos um pensamento interseccional dentro das companhias, capaz de gerar empatia; que pelo menos parte desses homens, ao invés de temer a diversidade, se tornem aliados dela", afirma.

Por onde as empresas podem começar?

A promoção da diversidade e inclusão em uma organização busca reunir uma variedade de pontos de vista e experiências, o que pode enriquecer a tomada de decisões e a inovação dentro da empresa, e proporcionar igualdade de oportunidades para desenvolvimento e crescimento,de seus colaboradores, sem discriminação. Na prática, um primeiro passo pode ser mais 'simples'

Para Ismael, estimular o pertencimento é uma estratégia eficiente para promover uma cultura mais inclusiva e acolhedora.

"Normalmente, quando as empresas recebem pessoas diferentes, elas tendem a fazer convites, mesmo que de maneira silenciosa, para que esses indivíduos se adequem ou pertençam a determinado grupo já pré-estabelecido. Então, garantir estabilidade, espaço e segurança psicológica são algumas maneiras de fazer isso", sugere.

Estar aberto para aprender sobre as experiências dos outros também é importante para aqueles que desejam ser um aliado da inclusão. Nesse sentido, as empresas podem oferecer rodas de conversas e treinamentos sobre questões relacionadas a gênero, raça e outras formas de diversidade.

"Criar grupos de homens que sejam comprometidos com equidade de gênero para que eles se desenvolvam nos papéis de aliados e também entendam os impactos que essa mudança interna pode gerar não só para mulheres e outros grupos minorizados no entorno, mas também para eles e suas famílias, é um dos mecanismos mais importantes e duradouros. Pois, uma vez que esses homens veem essas coisas que não viam antes, eles não podem mais desver", acrescenta.

Reflexo social

As desigualdades no mercado de trabalho não surgem 'do nada'. Elas refletem, e em muitos casos amplificam, desigualdades sociais, de gênero e raça. Assim, pensar e fazer a inclusão exige olhar também para fora das relações de trabalho.

"[A mudança] começa em um lugar que ninguém vê: na nossa mente. Mudança só acontece através de conhecimento, e conhecimento só se adquire através de mentes flexíveis e abertas a novas ideias", avalia Stella Azulay, palestrante, escritora e educadora parental.

Práticas inclusivas também podem começar muito antes do ingresso no mercado de trabalho, ainda na infância. Fernanda King, pedagoga especialista em desenvolvimento Infantil, ressalta que crianças que crescem em um ambiente diverso dificilmente olharão para o colega com preconceito.

"Muito pelo contrário! Sentirão falta da diversidade caso trabalhem em uma empresa não diversa", finaliza.

Fonte: Redação Terra
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