Estrela nos anos 2000, Davi Lucas abandonou atuação: 'Não tive apoio de ninguém'
Davi Lucas está no ar com a reprise de 'Alma Gêmea', mas agora se dedica à carreira de psicólogo
Davi Lucas, de 29 anos, está no ar com a reprise de Alma Gêmea (2005), na Globo. Quando interpretou Terê, que roubou a cena ao lado de Serena (Priscila Fantin), ele tinha apenas 10 anos. Os dois, por causa do projeto, acabaram virando amigos e se conversam até hoje. Ele, porém, optou por abandonar a arte cênica e virou psicológo.
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"Decidi sair da TV sozinho. Não tive apoio de ninguém e hoje colho frutos que não fazia a menor ideia de que colheria. Eu só tinha certeza de uma coisa: não queria mais fazer as coisas da forma que estavam sendo feitas. Ser psicólogo é o que me traz realização da hora que eu acordo a hora que eu vou dormir", comentou Davi Lucas, em um vídeo compartilhado em seu perfil no Instagram.
Além de Alma Gêmea (2005), ele também brilhou em outras produções da Globo, como Beleza Pura (2008), Caras e Bocas (2009), Tititi (2010), Fina Estampa (2011) e Malhação: Intensa Como a Vida (2012), na qual ganhou bastante atenção com o personagem Orelha. Seu último papel na emissora foi em Êta Mundo Bom (2016), quando encarnou o detetive Jack. Depois do trabalho, resolveu deixar a carreira na arte.
Neste período, trocou os holofotes pelo consultório de psicologia. Atualmente, inclusive, ele usa suas redes sociais para falar sobre a importância da terapia cognitiva para os mais de 200 mil seguidores que possui.
Um caso semelhante: Jonathan Nogueira
Assim como Davi Lucas, Jonathan Nogueira também brilhou nas telas quando criança. Atualmente, com 45 anos, ao contrário do jovem psicólogo, ele tem intenção de voltar à dramaturgia.
Jonathan ganhou notoriedade como ator mirim nos anos 90 e um de seus papéis mais emblemáticos foi como Paulinho de O Dono do Mundo (1991), novela de Gilberto Braga. O folhetim, inclusive, foi adicionado recentemente ao catálogo do Globoplay. Por isso, o artista tem revisitado com nostalgia o trabalho.
"Estou revendo tudo. Tem sido muito engraçado. Os cenários, as falas, me remetem a uma época muito gostosa da minha vida. Eu adorava bater texto com o Kadu Moliterno e a Gloria Pires. A vida de artista é muito complicada. Quando estamos em um projeto, ficamos muito amigos daquelas pessoas. Daqui a pouco, a gente se desgarra. Eu não mantive amizade com eles, mas tenho muito carinho. É muito difícil criança manter amizade. Gostaria muito. Tenho um carinho muito grande por todos. Revendo a novela, a gente revive isso. Parece que foi ontem", contou Jonathan, citando que começou a trabalhar com artes dramáticas aos 4 anos. Antes de O Dono do Mundo, ele atuou na novela Hipertensão (1987).
A mãe, Lúcia Nogueira, notou logo cedo que o filho tinha um talento para o audiovisual e não hesitou em investir na carreira do filho. "A primeira memória que eu tenho é de estar na frente da TV e falava com minha mãe que queria entrar na TV, estar ali dentro. Na época de 'A Gata Comeu', assisti a uma gravação e eu invadi o set. Minha mãe percebeu que tinha uma coisa dentro de mim. Me pergunto até hoje de onde vem essa paixão, deve ser a magia da TV. Minha mãe mandou uma foto para o departamento de elenco da Globo e rolou de me chamarem de fazer um teste" relembra Jonathan, que atuou ainda em Vida nova (1988) e Tieta (1989).
Apesar da promissora carreira de ator-mirim, quando cresceu ele não encontrou tantas oportunidades. Os trabalhos começaram a minguar, papéis fixos viraram pequenas aparições e até escalações para figuração.
"Tive muitas dificuldades. Depois de 'Anjo de mim' (1996), vivi um hiato na profissão. Os produtores e diretores falavam: 'Nossa, tá bonito, mas o personagem não é muito seu perfil, você não é criança e nem é adulto'. Eu era adolescente e não tinha muita coisa para essa faixa etária. Não tinha trabalho. Aí começou a minguar. Cheguei a fazer duas novelas no SBT, mas meu último trabalho fixo foi na Record ('Vidas opostas', em 2006). Aí minha filha (Pietra, hoje com 14 anos) nasceu. Quando você é pai, as coisas mudam de figura. Venho de uma família muito humilde. Nunca tive 'cama elástica', como um trapezista que fica na guarda se alguém cai no chão; se eu caísse, eu batia no cimento. Quando você tem filho, isso se eleva à enésima potência", relatou ele, que hoje também é pai de Valentim, de 10 anos.
Precisando de trabalho para sustentar a família, Jonathan decidiu mudar de carreira: tornou-se vendedor.
"Eu tive que arregaçar as mangas, viver da arte é muito difícil. Percebi que só tava rolando participação e personagens pequenos, resolvi fazer outra coisa na vida porque batia na porta e ninguém estava me dando trabalho. Entrei para o comércio em 2009. Não sabia vender uma agulha, não sabia nada. Eu entrei numa loja pequena, logo em seguida me descobriram e virei vendedor de uma marca famosa. Trabalhei muito durante 15 anos. Eu sou muito grato ao varejo por tudo que me deu. Conheci pessoas incríveis e coisas bacanas. Eu era tímido, hoje vendo meu peixe".
Depois de quase 20 anos distante do audiovisual, com os filhos um pouco crescidos, ele tenta retomar seu sonho profissional, planeja estudos direcionados à arte e um retorno à televisão, ofício que tanto ama.
"Tô muito focado nisso, mas estou flutuando, meio perdido ainda. Recentemente, fiz uma participação numa websérie com a Maria Eduarda Carvalho, foi bem legal. Também fiz um comercial do Vasco. Tô procurando pessoas, fazendo material novo. Tô jogando para o universo! Queria muito trabalhar com a Amora Mautner, primeiro porque a acho muito boa diretora, e depois porque ela é pupila do Dennis (Carvalho), que me dirigiu em 'O dono do mundo'. Sou operário da arte, o que mandar fazer eu faço. Me bota como o terceiro garçom da novela que eu vou", confessou ele, que em 2025 pretende se casar com a advogada Natália Barzilai, com quem está desde 2016.