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Mais de 70% das secretarias estaduais de educação, saúde e gestão estão em níveis abaixo do ideal em gestão, diz estudo

Segundo levantamento, apesar das boas práticas, maior parte das pastas está em níveis inicial ou baixo e intermediário

4 jul 2024 - 20h33
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Segundo levantamento, apesar das boas práticas, maior parte das pastas está em níveis inicial ou baixo e intermediário
Segundo levantamento, apesar das boas práticas, maior parte das pastas está em níveis inicial ou baixo e intermediário
Foto: Reprodução/Getty Images

Cerca de 77% das secretarias estaduais de educação, saúde e gestão estão em níveis abaixo do ideal em gestão de políticas para lideranças públicas. É o que aponta um levantamento feito pela Insper, em parceria com a Vamos, instituição formada pela Fundação Lemann, Instituto Humanize e República.org. 

Para o estudo, batizado de “Mapa de Gestão de Lideranças (MGL)", os pesquisadores analisaram 57 secretarias estaduais de todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal. Das pastas, apenas 6% apresentam níveis considerados de referência (pontuação igual ou maior que 70) e avançado (entre 70 e 50 pontos) em relação a boas práticas de gestão de pessoas em cargos de liderança do 2º e 3º escalão, que são gerentes, diretores e superintendentes.

A maioria está em níveis inicial (entre 10 e 30 pontos) e baixo (menor que 10 pontos), e apenas 17% das secretarias analisadas estão no nível intermediário (entre 30 e 50 pontos).

Método de pesquisa

De acordo com as instituições, os pesquisadores levantaram cinco itens para classificar o nível das secretarias de Gestão, Educação e Saúde no desenvolvimento de seus líderes, que são: pré-seleção, gestão do desempenho, desenvolvimento, diversidade e atuação sistêmica do órgão central.

A classificação vai de 0, que representa a inexistência de atuação em determinado pilar, a 100, indicando a aplicação total das práticas, que constituem o padrão ideal adotado no modelo. 

O objetivo do projeto é identificar boas práticas de gestão de pessoas no alto escalão dos governos estaduais. Para isso, os pesquisadores analisaram funcionários de 2º ou 3º escalão – gerentes, diretores e superintendentes – que são responsáveis pela gestão do orçamento público e pela formulação das diretrizes de políticas públicas.

“Os dados mostram que ainda temos um longo caminho a percorrer, especialmente quando olhamos para o pilar de diversidade. Vemos que a representação de pessoas negras e de mulheres em cargos de liderança ainda está muito longe do que desejamos, mas há oportunidades de avanço. As boas práticas e iniciativas testadas nos diversos estados do Brasil, que já apresentam resultados positivos, são formas de estimular outros governos a aperfeiçoarem seus próprios processos e implementarem novas ações, com o objetivo de contribuir para a transformação do ecossistema de gestão de pessoas e altas lideranças”, afirma Daniel de Bonis, Diretor de Conhecimento, Dados e Pesquisa a Fundação Lemann.

Diversidade

Levando em consideração o conceito, o estudo avaliou na pontuação tanto a adoção de práticas que visam promover a diversidade e a inclusão, com foco em gênero e raça, quanto o nível de ocupação dos cargos do alto escalão por pessoas negras e mulheres. O resultado aponta que há pouca representatividade nessas posições. 

Os estados que tiveram a melhor pontuação neste pilar atingiram o nível intermediário (representado por números entre 30 e 50 pontos). A média nacional está classificado na faixa inicial, com 22 pontos. 

Nos demais pilares, Pré-Seleção, Gestão do Desempenho, Desenvolvimento e Atuação Sistêmica do Órgão Central, a média nacional das secretarias estaduais encontra-se nos níveis baixo e inicial, o que aponta que ainda estamos distantes das práticas de referência. No entanto, o estudo revela que há muitos territórios que já apresentam boas práticas de gestão em cargos de liderança.

Entre eles, Minas Gerais, com o programa Transforma Minas, o Rio Grande do Sul, com o Qualifica RS, e o Ceará, que criou o Programa de Gestão de Líderes Públicos para implementar recrutamento e seleção baseado em mérito e competências dos gestores. Quando se fala a nível municipal, a cidade do Rio de Janeiro se destaca com o programa Líderes Cariocas. 

Fonte: Redação Terra
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