Metade dos cargos não teve aumento de salário em 2024, diz pesquisa; veja melhores e piores setores
Guia Salarial Michael Page aponta estabilidade salarial em 49% dos cargos avaliados no Brasil; 9% tiveram queda no valor
Quase metade dos profissionais brasileiros não tiveram aumento de salário em 2024, segundo o Guia Salarial Michael Page 2025, pesquisa realizada pela consultoria Michael Page, parte do PageGroup. O levantamento aponta que houve estabilidade salarial em 49% dos cargos avaliados, enquanto 42% dos cargos apresentaram alta de um ano para o outro e 9% registraram queda.
Entre as posições que tiveram destaque em relação ao aumento salarial, estão o cargo de especialista de produto no setor de saúde, com alta de 79% em 2024, e o cargo de analista de back/middle office no setor bancário (alta de 61,3%).
A Michael Page traçou a remuneração mensal de 2.282 cargos de vários setores - e oito dos 12 setores analisados apresentaram a maior parte dos cargos com remuneração estável: em Varejo, 92% das posições tiveram estabilidade salarial, tendência também observada em Marketing (80%), Finanças (79%), Vendas (76%), Bancário (75%), Recursos Humanos (70%), Logística (60%) e Tecnologia da Informação (47%).
Os outros quatro setores tiveram mais cargos com alta salarial: Agronegócio, em que 82% das posições tiveram aumento de salário, seguido por Seguros (70%), Engenharia (70%) e Saúde (56%).
Nenhum dos setores analisados apresentou queda salarial na maioria dos cargos, mas algumas áreas tiveram alguma porcentagem das posições registrando queda da remuneração: Tecnologia da Informação (25% dos salários registraram queda), Saúde (18%), Logística (16%), Bancário (9%), Vendas (4%), Finanças (3%) e Marketing (2%).
O estudo foi elaborado a partir da consulta de cerca de 6.700 profissionais, englobando cargos de analistas até diretoria, em empresas de todo o Brasil. Os cargos foram listados em faixas salariais mensais que variam de acordo com a experiência (analistas júnior, pleno, sênior, especialista, coordenador, gerência e diretor) e com o porte da empresa (pequeno, médio ou grande).
Ricardo Basaglia, CEO do Michael Page no Brasil, e colunista do Estadão, afirma que a estratégia de remuneração das empresas deve não apenas focar na recompensa financeira, mas também no reconhecimento dos profissionais. "As empresas que combinam benefícios tangíveis com propósito real estarão à frente na atração e retenção dos melhores talentos", diz.