Pode mentir no currículo? Veja o que dizem especialistas e o que fazem os candidatos
Entenda como empresas checam a veracidade das informações nos currículos antes de contratar
Mentir no currículo é uma prática comum, mas que pode ser perigosa se o candidato não conhecer os limites. Recrutadores observam atentos aos candidatos que não têm pudor em mentir para conquistar uma vaga de emprego, e cada vez mais, procuram recursos para comprovar as informações.
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Nem sempre dar uma “valorizadinha” nas suas habilidades pode dar certo. Isso porque as informações serão checadas, e algumas empresas apostam até em consultorias especializadas que usam a tecnologia e treinam profissionais para cruzar dados e investigar.
Entre as mentiras mais comuns, estão os conhecimentos em idiomas – o famoso “inglês fluente”, que não é tão desenvolvido assim –, experiências anteriores, locais de formação e até formação incompleta.
Uma pesquisa publicada pela consultoria de recursos humanos Robert Half mostrou que 69% dos recrutadores descartam candidatos devido a inconsistências e mentiras nos currículos. O dado é do Índice de Confiança da Robert Half. A escolha de mentir para ganhar alguma vantagem, no entanto, pode não ser uma boa ideia. Para os recrutadores, o melhor é investir em aprimorar as habilidades.
Conforme mostra o índice, os casos mais comuns são exagero na descrição de habilidades ou conhecimentos (citado por 50% dos entrevistadores), mentiras sobre cargos anteriores (48%), habilidade maior do que a real em idiomas (32%), distorções sobre experiências e realizações (29%) e falso histórico educacional (26%).
A especialista em recursos humanos e recrutadora da RH Nossa, Eliane Catalano, afirma que a mentira pode ser uma situação delicada, mas que normalmente, logo na entrevista, é possível usar recursos para evitar uma contratação baseada em uma informação falsa no currículo.
“A gente faz uma entrevista, geralmente, por competência, pede para a pessoa trazer exemplos, situações, evidências de que aquilo é verdadeiro. Ela tem que provar de alguma maneira”, explica. “A mentira, bem ou mal, acaba caindo”.
Eliane exemplifica que um dos casos mais comuns é quando o candidato mente sobre ter inglês de nível avançado. Ao ficar sabendo que será entrevistado em inglês, a fim de avaliar a veracidade da informação, acaba recuando e mostrando nervosismo.
A especialista diz também que, entre os recursos para avaliar currículos, estão alguns testes psicológicos e de personalidade. No entanto, não é possível avaliar o caráter de uma pessoa que mente. Por isso, mentir no currículo pode acabar manchando a reputação de um candidato.
“Comprometimento, responsabilidade, honestidade, não existe teste nenhum teste que olha isso. Mas existem, sim, ferramentas, testagens, que a gente faz. Se o candidato mente, ele vai chegar lá na frente na empresa e não vai conseguir desempenhar a função. Ele acaba saindo e se queimando”, considera.
Por fim, Eliane pontua que a mentira no currículo é levada a sério em empresas, e que trata-se de uma questão de comportamento, podendo causar demissão.