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Viajar enquanto trabalha? Entenda o que é o 'workation' e como funciona

Com a pandemia de covid-19, empresas se adaptaram ao método remoto, mas algumas delas deram um passo além

6 ago 2024 - 05h00
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Vagas internacionais, mundo
Vagas internacionais, mundo
Foto: Freepik

E se sua empresa permitisse que você fizesse seu expediente de trabalho de forma remota, de qualquer lugar do mundo? É o que programas de 'workation' oferecem: que o trabalhador faça viagens a lazer sem estar de férias, porém, se adequando às jornadas de trabalho.

Ao Terra, a advogada Marcela Menezes, especialista em Direito Trabalhista no escritório Posocco & Advogados Associados, explica que esse é um método de trabalho recente, do pós-pandemia e que não está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

"Essa modalidade de trabalho acompanha as atuais tendências de trabalhos flexíveis, como reduzir o expediente às sextas-feiras, a 'short friday', e a semana de quatro dias", acrescenta. 

Justamente por ser recente, é preciso haver atenção por parte da empresa e do empregado. Por um lado, as organizações precisam se preparar, estabelecer regras e treinar os colaboradores para que continuem sendo produtivos. Por outro, os funcionários precisam ter maturidade e autogestão para não se perderem no estilo 'workation'. 

Marcela lembra ainda que as empresas não têm obrigatoriedade de pagar a viagem. Entretanto, elas continuam responsáveis pelo fornecimento dos equipamentos necessários para que a pessoa desempenhe seu trabalho durante a viagem.

A especialista em Direito Trabalhista destaca ainda que o funcionário não pode ter sua remuneração reduzida, mas o salário deve ser pago em reais, mesmo que o trabalho na modalidade 'workation' seja exercido no exterior. Já a jornada de trabalho deve ser definida pela empresa, e pode ou não ser ajustada conforme o fuso horário – as definições devem ser estabelecidas por meio de um Termo Individual de Compromisso.

E essa moda pega?

O Terra identificou duas empresas que atuam com o método 'workation': a CI&T e a Google. Em entrevista à reportagem, ambas as empresas contaram detalhes sobre o funcionamento do benefício.

  • Benefício por até 90 dias na CI&T

Como explica Cristiane Morais, especialista sênior de Global Mobility, o programa foi implementado em 2022 para dar mais flexibilidade aos profissionais. Na CI&T, qualquer funcionário com mais de 3 meses de empresa pode solicitar o benefício por até 90 dias. Caso a pessoa queira fazer um curso de idioma, passar mais tempo com familiares distantes ou participar de eventos relacionados a temas de interesse, o período pode ser estendido.

"Atualmente temos 5.413 profissionais integrando o quadro de funcionários no Brasil, sendo que 1.527 pessoas exercem suas atividades no modelo híbrido e 3.886 de forma remoto. Nossas pessoas do Brasil são a maioria em solicitações de 'workation', mas o programa é global e válido para todas as empresas do grupo CI&T", acrescenta.

Segundo Cristiane, atualmente 9 pessoas estão em workation e devem retornar em breve. Já outras 21 pessoas estão com o programa confirmado e irão iniciá-lo nos próximos dias.

  • Quatro semanas por ano no Google

Já no caso do Google, as regras são um pouco diferentes. De acordo com a líder de recursos humanos do Google Brasil, Carolina Priscilla, a política 'Work From Anywhere' ("trabalhe de qualquer lugar", em tradução livre) existe há muitos anos no Google, mas foi atualizada com a pandemia, em 2021.

Qualquer funcionário do Google, independentemente do cargo, pode utilizar até quatro semanas por ano para trabalhar remotamente, de qualquer lugar. A emrpesa não divulga números, mas afirma que a política pode ser utilizada por qualquer "googler" (termo usado para se referir a funcionários do Google) no mundo.

"Atualmente, temos cerca de 1.800 googlers no Brasil que trabalham em modelo híbrido, com cada área/liderança organizando a periodicidade que o time vai ao escritório, com base nas necessidades de cada um", informou Caroline.

Fonte: Redação Terra
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