Ciência sem Fronteiras deve ampliar bolsas na pós-graduação
Na primeira fase do programa, 78,9% das bolsas foram concedidas a graduandos; governo estuda diretrizes para a segunda edição
Após conceder 101.446 bolsas de intercâmbio para estudantes brasileiros, o Programa Ciência sem Fronteiras passa por reformulação. Segundo o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Carlos Afonso Nobre, o governo brasileiro está estudando diretrizes para a segunda edição do programa.
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A tendência, segundo Carlos Afonso Nobre, é aumentar as bolsas para a pós-graduação. Muitos dos alunos que participaram do Ciência sem Fronteiras, no estágio da graduação-sanduíche, se interessaram em continuar os estudos e ir para a pós-graduação, acrescentou. Portanto, "é natural, até para dar vazão ao interesse que o programa gerou nesses estudantes, que o Ciência sem Fronteiras 2 tenha oportunidades de pós-graduação", disse Nobre. Para quem não sabe, a “graduação-sanduíche” é uma modalidade de curso superior em que o universitário realiza um período da faculdade fora do país de origem.
O presidente explica que o programa permitiu o intercâmbio acadêmico ainda na graduação, algo que antes era financiado pela Capes apenas na pós-graduação. Na primeira fase do programa, 78,9% das bolsas foram concedidas a graduandos. "A tendência é aumentar as bolsas para a pós-graduação, mas os parâmetros finais ainda não foram definidos". Nobre acredita que as diretrizes sejam fixadas "nos próximos meses".
A segunda edição do Ciência sem Fronteiras foi anunciada em meados do ano passado, pela presidente Dilma Rousseff, que prometeu mais 100 mil bolsas de 2015 a 2018. Com o contingenciamento no Orçamento, o programa também sofrerá cortes, de acordo com o Ministério da Educação. Nenhum edital da nova edição foi lançado ainda.
O Ciência sem Fronteiras foi lançado em 2011 com a meta de conceder inicialmente 101 mil bolsas - 75 mil bancadas pelo setor público e 26 mil por empresas privadas. As bolsas são voltadas para as áreas de ciências exatas, matemática, química, biologia, engenharias, áreas tecnológicas e de saúde. O objetivo é promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores, e incentivar a visita de jovens pesquisadores altamente qualificados e professores seniores ao Brasil.