Como escolher meu curso em 2024: dicas e tedências das profissões do futuro

Escolher o curso na faculdade não é uma decisão fácil para todo mundo. Alguns alunos e alunas têm interesse em seguir uma vocação familiar, outros sempre souberam o que queriam fazer. Mas, também existem pessoas que não têm tanta certeza, ou, até mesmo, sabem o querem fazer, mas não têm o apoio necessário.

Devido à importância dessa escolha, decidimos colher dicas com especialistas em orientação vocacional e fazer uma breve análise de mercado para saber quais profissões podem ser uma boa decisão. Falamos com o psicólogo vocacional André Correa, com o comunicador Oscar Fujiwara, colhemos os planejamentos da maior empresa do país, a Petrobras e achamos estatísticas interessantes de institutos de pesquisa renomados. Confira tudo que descobrimos! 

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Conselhos para decidir o curso na faculdade

Primeiro, pedimos ao psicólogo conselhos para quem ainda não decidiu o caminho a seguir na faculdade. Ele destaca duas etapas importantes neste processo, o autoconhecimento e o conhecimento sobre as profissões.

Ele diz que uma boa forma de se trabalhar o autoconhecimento é ter uma conversa franca com pessoas próximas. Questioná-las sobre suas qualidades e defeitos, também, pedir a opinião delas sobre qual profissão elas indicariam para você. Entretanto, atenção ao aviso de André:

O cuidado aqui é para não tomar os conselhos ao pé da letra, nem os desconsiderar totalmente. Anotar o que foi dito e selecionar o que faz sentido ou não. Tentar escrever a sua história e suas próprias características usando fotos da infância e adolescência são excelentes exercícios também.

Conversar com pessoas da área

O psicólogo também fala da importância de falar com profissionais que já atuam nas suas áreas de interesse. Veja o que ele disse:

Todos achamos que sabemos o que faz um médico, um advogado, pedagogo ou um jornalista, mas na prática existe uma infinidade de caminhos e atividades dentro dessas profissões que são inimagináveis para quem não é da área 

Oscar também fala sobre sua experiência no podcast Segunda a Sexta, neste programa, ele conversa, a cada episódio, com profissionais e universitários de áreas distintas. Ele ressalta a importância de conversar tanto com pessoas na faculdade que você se interessa em ingressar como pessoas que são profissionais consolidados.

O motivo de haver esta diversidade é entender o funcionamento e a estrutura da instituição, além de compreender a realidade do mercado de trabalho. Pois, assim, não se criam expectativas irreais sobre o que a profissão e a graduação podem oferecer.

Opções de curso para quem está na dúvida

Também perguntamos ao psicólogo vocacional se há cursos com formações mais amplas e se elas seriam uma boa escolha para quem ainda não decidiu o que fazer na graduação. Ele comenta sobre algumas graduações como administração, engenharia civil, direito e ciências contábeis; André diz que pessoas com essas formações têm uma gama de opções ampla no mercado de trabalho.

Entretanto, ele fala que quando se está em dúvida, não é aconselhável fazer um curso por essas características, exceto se a família tiver boas condições financeiras. Ele fornece outro conselho que propõe uma perspectiva diferente da usual, confira:

A literatura científica aponta algumas características de pessoas que conseguem fazer escolhas melhores. São elas, principalmente, a experiência profissional anterior, mas também, a idade, a autoestima, apoio social, independência emocional e autoconhecimento. Portanto, se o jovem ainda estiver em dúvida e puder trabalhar por um tempo e fortalecer outros aspectos da sua vida, esta seria uma escolha válida e produtiva.

Ele também diz:

Todos entendemos que é cruel forçar um jovem de 17 ou 18 anos a escolher o seu futuro de maneira rígida. Essa proposta visa justamente remediar essa estrutura. Trabalhar antes de estudar pode melhorar o autoconhecimento, o conhecimento das profissões, pode dar a chance de o jovem ter maior independência emocional e construir sua personalidade de adulto antes de ter que escolher.

Ao Oscar, nos perguntamos se ele, ao longo das entrevistas, já se deparou com cursos popularmente desconhecidos, mas que poderiam ser uma boa opção para quem precisa tomar esta decisão nos próximos meses. Ele comenta sobre uma formação nova voltada para perícia criminal, ressalta que profissionais de engenharia são muito procurados em outras áreas (como o mercado financeiro) e ressalta o crescimento e a demanda por profissionais de quiropraxia.

Experiências individuais

Por fim, perguntamos aos dois como decidiram por suas profissões. Oscar conta que sempre gostou muito de leitura e nunca teve muita habilidade para matérias de área de exatas. Ele também ressalta que na sua época de vestibulando, os jornais impressos eram muito influentes e consumidos.

Então, ele teve a oportunidade de conversar com jornalistas e decidiu pelo curso. Mas, hoje em dia ele migrou de profissão e está trabalhando com marketing, área onde se encontrou profissionalmente.

André, o psicólogo, conta que ele começou como professor de Química e que tinha muita vontade de ajudar os alunos. Mas, em dado momento, ele percebeu que sua vocação não era a de professor. Ele disse:

Demorou um tempo até que eu percebi que realmente eu só teria satisfação ao trabalhar a maior parte do tempo frente a frente com pessoas ajudando-as a terem uma vida melhor.

Depois disso, ele procurou pela instituição que atenderia as necessidades e expectativas dele e se formou.

Profissões em alta

Ao se escolher o curso de graduação é importante levar o mercado de trabalho em consideração, afinal, você passará muito mais tempo trabalhando do que na faculdade. Por isso, é importante acompanhar as tendências de crescimento em diversas áreas. 

Um setor que cada vez mais ganha destaque é o de tecnologia. Conforme gráficos divulgados pelo site Statista, empresas de tecnologia tiveram as 5 maiores capitalizações de mercado em 2023, com exceção da empresa de petróleo saudita em 3º lugar no ranking. Confira:

Lista com as profissões em alta de 2023

Além disso, o LinkedIn divulgou uma lista com as profissões de maior destaque em 2023 e boa parte delas é ligada à tecnologia. Veja:

• 1- Analista de Privacidade

• 2- Especialista em Cibersegurança

• 3- Especialista em Capacitação em vendas

• 4- Líder de Gerentes de Produto

• 5- Representante de Desenvolvimento de negócios

• 6- Engenheiro de Cibersegurança

• 7- Diretor de Receita

• 8- Engenheiro de Dados

• 9- Analista de Desenvolvimento de Sistemas

• 10- Pesquisador em experiência do usuário

• 11- Designer de Conteúdo

• 12- Engenheiro de qualidade de software

• 13- Desenvolvedor de Chatbot

• 14- Analista de Marca

• 15- Engenheiro de confiabilidade de sites

• 16- Desenvolvedor Back-end

• 17- Gerente de crescimento

• 18- Executivo de contas de grandes contratos

• 19- Gerente de Sustentabilidade

• 20- Especialista em experiência do cliente

• 21- Redator SEO

• 22- Analista de Sucesso do Cliente

• 23- Coordenador de Segurança da Informação

• 24- Redator com foco em experiência do Usuário

• 25- Analista de suporte de T.I

Sustentabilidade e as opções de emprego

A 28ª Conferência de Clima da ONU (COP 28) divulgou um relatório sugerindo o abandono do uso de combustíveis fósseis e a transição energética. Também propõe que seja triplicada a capacidade de energia renovável mundialmente até 2030.

A Petrobras também divulgou o seu planejamento estratégico para os próximos 5 anos. Segundo a empresa, serão criados, anualmente, 280 mil empregos, entre diretos e indiretos. Isso como consequência de um investimento de 102 bilhões de dólares, cujo objetivo será manter o petróleo e gás como driver principal, enquanto financia uma transição energética.

Além disso, a Petrobras declarou, em uma coletiva de imprensa, que a instituição pretende crescer a diversidade no seu quadro de funcionários, inserindo mais pessoas com deficiência, mulheres, pessoas negras e das 5 regiões do país.

Os setores de energia renováveis crescem em vários sentidos no Brasil, segundo o Ministério de Minas e Energia, este ano, apresentou o maior aumento da geração solar e o segundo maior incremento na energia eólica. As fontes renováveis compreendem 83,79% de toda a matriz elétrica do Brasil

Sendo assim, cursos relacionados a sustentabilidade e transição energética podem ser boas pedidas para os próximos anos.

Por Tiago Vechi

Jornalista