Script = https://s1.trrsf.com/update-1723493285/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Como ter um currículo alinhado às necessidades do mercado

Impulso dos setores de sustentabilidade e digitalização exige requalificação e colaboração estreita de academia e mercado

24 jul 2024 - 20h10
Compartilhar
Exibir comentários

À medida que o mundo enfrenta transformações significativas em suas estruturas econômicas e sociais, novas oportunidades de carreira surgem, especialmente nas chamadas economias emergentes. Os "empregos verdes", por exemplo, se tornaram cada vez mais fundamentais para o desenvolvimento econômico alinhado à sustentabilidade ambiental. O Brasil deve posicionar-se ativamente no cenário internacional com foco na reestruturação da matriz energética para fontes renováveis e na expansão dos mercados sustentáveis.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) mostra que iniciativas como o reflorestamento podem criar milhões de empregos até 2030, evidenciando o potencial de políticas ambientais bem direcionadas para mitigar o desemprego e promover a inclusão social. Paralelamente, a economia digital também surge como um campo promissor, com a expansão dos processos de digitalização.

A revolução digital não só modifica a natureza dos empregos existentes, como também cria novas categorias de trabalho. No Brasil, dados do LinkedIn mostram que 9 das 15 carreiras em ascensão estão ligadas à economia digital.

Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, até 2025, estima-se que milhões de empregos sejam transformados ou substituídos com o avanço da automação e da inteligência artificial. Essa transformação exige uma atenção especial à formação e à capacitação profissional. "Diferentemente da tecnologia, esses mercados emergentes (economia verde) ainda não têm mão de obra qualificada", afirma Leonardo Berto, gerente de filial da Robert Half, uma consultoria de recrutamento.

Para o especialista, surge então a importância da academia em antecipar e responder às demandas emergentes. "Reduzindo a distância entre a academia e as demandas práticas, conseguimos uma leitura de cenário mais ágil", diz. "Anos atrás, quando os smartphones começaram a se popularizar, enfrentávamos uma grande complexidade: investir em iOS ou Android? Hoje, o mercado é mais híbrido, e as instituições educacionais precisam estar preparadas para essa realidade."

Futuro sustentável

O Brasil se destaca no cenário global pelo aumento da integração de habilidades e empregos verdes em sua economia. De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), mais de 6,5 milhões de empregos no País estão atualmente vinculados a setores ambientais críticos, como gestão de recursos hídricos, tratamento de esgoto e resíduos, silvicultura e transporte sustentável. Esses empregos representam mais de 6% do total de postos de trabalho no território nacional.

Além disso, as habilidades relacionadas à sustentabilidade estão se tornando cada vez mais importantes. Em 2021, segundo o LinkedIn, essas habilidades foram exigidas em 10% dos anúncios de emprego, destacando a demanda por competências ambientalmente responsáveis no mercado de trabalho.

Segundo Vivianne, as empresas são as que estão mais bem posicionadas para contribuir no desenho dos currículos, apontando os conteúdos e também as competências técnicas e socioemocionais necessárias para a formação de profissionais conectados com suas demandas de sustentabilidade. "São elas que podem ampliar sua oferta de programas de aprendizagem, de trainees e de estágios, contribuindo para o processo de formação contínua desses profissionais."

Envelhecimento populacional gera oportunidades

De acordo com o levantamento da World Population Ageing, em 2050 o Brasil será a sexta nação com o maior número de cidadãos maduros. As novas configurações familiares e o envelhecimento populacional têm provocado um aumento significativo no número de profissionais cadastrados como cuidadores, destacando oportunidades nas economias do cuidado e prateada e a importância da formação desses profissionais.

"Uma estrutura de cuidado vai se tornar cada vez mais importante. Como se trata de um cuidado que exige conhecimentos, habilidades e competências específicas, não pode ser simplesmente uma acompanhante'', afirma Johannes Doll, professor titular e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento da UFRGS.

De acordo com o estudo "Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras", diversas profissões estão em ascensão na economia do cuidado. Entre elas, destacam-se médicos, biomédicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros. Também há uma demanda crescente por assistentes e profissionais de apoio, como transcritores médicos e técnicos em radioterapia.

Além disso, as carreiras voltadas para o bem-estar estão ganhando destaque, incluindo treinadores físicos, coaches de saúde e bem-estar, cabeleireiros e manicures. No âmbito do suporte doméstico, por exemplo, sobressaem-se as funções de cuidador de idosos, empregada doméstica e personal organizer.

O que é preciso?

  • Conhecimento gerontológico: É essencial que profissionais entendam aspectos do envelhecimento, incluindo as condições médicas para saber lidar com comportamentos e limitações dos idosos de forma adequada.
  • Empatia e compaixão: Capacidade de entender e respeitar os sentimentos, desejos e a dignidade dos idosos, oferecendo um cuidado que reconheça suas necessidades individuais e mantenha sua integridade.
  • Ouvir e acompanhar: Essenciais no atendimento, ouvir significa perceber as comunicações dos idosos, incluindo expressões de emoções, e interpretar esses sinais corretamente. Acompanhar envolve apoiar os idosos nas atividades que ainda conseguem realizar, garantindo que não se sintam sozinhos.
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade