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Conheça o pesquisador que utiliza desenhos animados para explicar biologia

De Pokémon a Bob Esponja, biólogo cria metodologia própria para explicar e divulgar temas complexos da ciência

11 out 2023 - 05h00
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Carlos Stênio · Biólogo, cientista, divulgar científico, autor best-seller, mestre em geociências pela UNICAMP.
Carlos Stênio · Biólogo, cientista, divulgar científico, autor best-seller, mestre em geociências pela UNICAMP.
Foto: Foto: Divulgação Carlos Stênio

Analisando detalhes biológicos em filmes e desenhos animados, Carlos Stênio, 27, pretende tornar a ciência mais acessível e interessante para crianças, adolescentes e adultos.

O jeito inusitado para explicar temas complexos da biologia fez com que o biólogo se destacasse e viralizasse nas redes sociais. Embora analisar filmes e desenhos pareça uma tarefa simples, Stênio conta que o trabalho é demorado, trabalhoso e requer muita pesquisa e estudo. 

“Eu comecei a trabalhar com ciência atrelada à cultura pop na minha graduação. Hoje, para analisar um episódio de desenho, eu gasto aproximadamente uma semana", conta Carlos Stênio ao Terra. 

@steniosuxx Respondendo a @Babjuck Pokemon poliwag na vida real #pokemon #biologia #animaisnotiktok ♬ som original - Biólogo Stênio

A paixão de Stênio por filmes, séries e, especialmente, pela educação infantil o inspirou a criar o projeto chamado Biologia Aplicada. Este projeto já inclui a publicação de mais de cinco livros. Um deles é o Diário de um Biólogo, o primeiro livro de biologia narrado por uma criança com espectro autista. 

Os vídeos publicados nas redes sociais garantiram à Stênio não só visibilidade, mas também reconhecimento na área da ciência e pesquisa. Hoje, segundo ele, empresas e produtoras de desenhos animados procuram o pesquisador para consultorias e correções de erros que envolvem biologia. 

"Geralmente, são coisas simples, tinha muito desenho que colocava uma aranha como inseto e as aranhas não são consideradas insetos, mas sim aracnídeos. Isso ocorre porque elas têm 8 patas, enquanto todos os insetos possuem 6", explica. 

Além de trabalhos simples, Stênio conta que também já trabalhou em grandes projetos. “No meio do ano, eu trabalhei naquele processo de reintrodução das ararinhas azuis, que são aquelas ararinhas que deram origem ao filme Rio, e em análises de roteiros de filmes". 

Embora a grade curricular dos cursos de biologia seja focada na licenciatura e em áreas como reservas naturais e indústrias alimentícias, o pesquisador comenta que fora do Brasil muitas produtoras de filmes e desenhos contratam equipes de biólogos para participar de roteiros e produções.

Stênio cita Stephen Hillenburg como um exemplo do sucesso da presença de biólogos na indústria cinematográfico. Além de criador de Bob Esponja, Hillenburg foi biólogo marinho e professor por muito tempo. "Se pararmos para analisar as primeiras temporadas do desenho, quase todos os episódios têm questões que envolvem a biologia."

Trajetória acadêmica  

Stênio diz que desde muito cedo sabia que os estudos seria o caminho para mudar a sua realidade e a das pessoas que viviam em seu entorno. Para se preparar para o vestibular, o jovem da periferia de Guarulhos apostou em atividades extraclasses para alcançar as notas necessárias para ingressar na universidade.

Sua primeira opção foi a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na qual conseguiu ser aprovado, mas devido ao deslocamento e aos custos com alimentação e moradia em outra cidade, não conseguiu efetuar a matrícula na instituição.

Sem tempo para pensar em desistir, o jovem optou por uma universidade particular na própria cidade em que morava. Na época, ele trabalhava em período integral em uma distribuidora de tintas. Com o salário que ganhava como vendedor, pagava a mensalidade e arcava com as outras despesas (impressão, material, alimentação e transporte). 

O jovem relembra que, embora tenha sido uma época de muita evolução, foi um período muito difícil. 

"Hoje, eu dou risada, mas na época era muito difícil voltar da Universidade de Guarulhos às 23h e só chegar em casa à 01h. Nesse percurso, atravessei enchentes com água até o peito, perdi ônibus e até andei de transporte clandestino. Foi um caos, mas valeu a pena", lembra Stênio. 

Nos últimos anos da graduação, o pesquisador começou a aliar em suas atividades acadêmicas duas coisas que sempre gostou: ciência com a cultura pop. E incentivado pelo corpo docente da universidade onde cursava a graduação, decidiu montar um projeto de mestrado para ingressar na Unicamp. 

Hoje, Stênio está concluindo o mestrado, prestes a ingressar no doutorado na mesma universidade e com o sonho de realizar uma parte do curso em uma universidade estrangeira.  

Carlos Stênio falando sobre seus projetos no TEDx
Carlos Stênio falando sobre seus projetos no TEDx
Foto: Foto: Divulgação

Dedicação e persistência 

A dedicação nos estudos proporcionou a Stênio diversas conquistas. Hoje, além de conseguir pagar seu aluguel com o dinheiro que recebe das produções de vídeos, consultorias e palestras, ele também consegue remunerar profissionais para trabalhar com a gestão de seu site, loja online e produção gráfica de seus livros. 

"Quero desenvolver trabalhos incríveis, remunerar mais pessoas para trabalhar comigo e também mostrar a outros biólogos que é possível atuar em áreas além da sala de aula e das empresas. Quero ver mais pessoas inovando na ciência e despertando paixão por ela." 

Fonte: Redação Terra
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