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Contagem regressiva para o Enem: prepare-se sem surtar

Especialistas apontam que planejamento e controle emocional são essenciais para ir bem na prova

21 ago 2015 - 14h05
(atualizado em 5/10/2022 às 15h54)
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Além de ter estudado os conteúdos, também é preciso estar preparado emocionalmente para a prova
Além de ter estudado os conteúdos, também é preciso estar preparado emocionalmente para a prova
Foto: iStock

Faltando cerca de dois meses para a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o nervosismo aumenta a cada dia. Mas fique tranquilo: com dedicação e planejamento, ainda resta tempo para estudar, relaxar e se sair bem na prova.

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Para a psicoterapeuta Blenda de Oliveira, o estudante deve avaliar em quais conteúdos tem mais dificuldade e se dedicar a eles. “Aquele aluno que nega a dificuldade e fica estudando somente o que já sabe pode estar criando uma fonte de ansiedade para a hora da prova. Quando chegar lá, vai perceber que não estudou determinada coisa e ficar nervoso, o que pode atrapalhar o seu desempenho. Se ele ficar nervoso antes e chegar lá sabendo, é melhor”, explica.

Já o especialista em psicologia cognitivo-comportamental e autor do livro Concursos, Faça sem Medo, Fernando Elias José, defende que ainda é possível retomar conteúdos que não ficaram claros, mas é preciso medir o quanto vale a pena ou não tentar fixar novas informações. “Sempre faço uma analogia às máquinas, pois nenhum computador fica ligado o tempo todo. Uma hora ele precisa ser desligado. O nosso cérebro é a mesma coisa, precisa de descanso. Por isso, dependendo do nível de estresse, talvez a melhor opção seja se aprofundar nos conteúdos que ele já sabe do que ficar inseguro com relação às outras matérias. Além disso, é preciso admitir que somos melhores em algumas coisas do que outras”, diz.

Ritmo de estudos

Para quem não planejou os estudos até agora, o indicado é procurar versões anteriores do exame para entender a lógica dele. Segundo Blenda, o aluno precisa estar disposto a abrir mão de algumas atividades para priorizar os estudos. “Ele vai precisar deixar algumas horas do dia dedicadas ao Enem. Caso não consiga lidar muito bem com isso, ele pode se juntar com colegas de aula para estudar conteúdos de maior dificuldade”, sugere.

Embora seja necessário adaptar a rotina e o ritmo de estudos nessa reta final, mudanças muito radicais, como ficar acordado durante as madrugadas para estudar, não trazem benefícios. Conforme José, tudo o que entrar de novo na rotina do estudante ‒ em um momento em que ele já está estressado e cansado ‒ pode deixá-lo ainda mais desgastado.

Ele destaca, ainda, que é preciso cuidar para que os estudos não se tornem um peso para o aluno. “É importante pensar nos objetivos e o quão importante o Enem é para a caminhada profissional. Ninguém faz o exame por nada, o aluno está ali porque quer entrar numa boa universidade e esse é o caminho disponível. Então, ele tem que fazer a prova pensando no que quer alcançar, em vez de pensar que tem que passar”, ressalta.

Lazer

Além de ter estudado os conteúdos, também é preciso estar preparado emocionalmente para a prova. A principal dica dos especialistas para driblar a ansiedade é a prática de exercícios físicos, já que eles elevam a produção de hormônios responsáveis por aumentar a sensação de prazer. Uma caminhada após uma tarde de estudos, por exemplo, pode ajudar a relaxar.

Caso o estudante não goste de atividades relacionadas ao corpo ou queira unir os estudos com momentos de lazer, outra dica é assistir a filmes e documentários que tratem sobre assuntos relacionados ao conteúdo do exame, como, por exemplo, um longa-metragem sobre a ditadura militar brasileira. “Sair um pouco dos livros e ter outras experiências faz com que o aluno desenvolva habilidades como raciocínio lógico, criatividade e argumentação e fique com a mente mais aberta, o que é fundamental para esse tipo de prova”, explica Blenda.

Reconhecer as conquistas obtidas até o momento é um passo essencial para ficar mais confiante, segundo José. "O aluno nunca vai achar que sabe todos os conteúdos, mas é preciso valorizar o que foi construído ao longo do tempo para que possa dominar a ansiedade, focar naquilo que realmente precisa estudar e ir confiante para a prova", aconselha.

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