De jardineiro da USP a ganhador do Prêmio Jabuti: como Aziz Ab'saber atingiu notoriedade na ciência
Referência em assuntos relacionados ao meio ambiente, o professor e geólogo estudou impactos ambientais decorrentes das atividades humanas
Aziz Nacib Ab’Sáber foi um importante estudioso da geomorfologia brasileira, com atuação em ecologia, geologia, arqueologia e geografia. Recebeu diversos prêmios e faleceu em 2012.
Um dos mais importantes estudiosos da geomorfologia brasileira, Aziz Nacib Ab’Sáber é considerado um dos nomes mais relevantes para a ciência brasileira.
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Com uma grande atuação em pesquisas nas áreas de ecologia, geologia, arqueologia e geografia, ele foi professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) entre 1993 e 1995.
Conheça um pouco de sua história e carreira abaixo:
Aziz Nacib Ab’Sáber nasceu em São Luiz do Paraitinga (SP), em 24 de outubro de 1924. Seu pai era libanês e sua mãe, brasileira. Aos dezessete anos, começou a trabalhar como jardineiro na Universidade de São Paulo, enquanto estudava. Também foi professor do ensino básico, lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e, em seguida, na USP.
Formado em Geografia pela USP em 1944, tornou-se doutor em Geografia em 1956 e virou professor titular de Geografia Física em 1968.
Anos depois, já aposentado, ele continuou com trabalhos de pesquisas e, em 1988, passou a integrar o Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP como professor visitante da área de Ciências Ambientais.
Sua produção contabiliza mais de 500 trabalhos. Ao longo da carreira, Ab'Sáber concetrou pesquisas sobre temas bastante variados: desde sertões do Nordeste a estudos amazônicos.
Trabalhos desenvolvidos por ele no IEA são considerados por especialistas como responsáveis por possiblitar o reflorestamento de 2,3% do território brasileiro para fins ambientais, sociais e econômicos.
Nos últimos anos de vida, sua atuação focou em assuntos importantes para o ambientalismo brasileiro, como o questionamento da transposição do Rio São Francisco e o projeto do novo Código Florestal.
Ab’Saber foi professor honorário do IEA até as vésperas de sua morte em 16 de março de 2012.
Com quase 70 anos dedicados ao estudo da geografia, Ab’Saber recebeu prêmios como o Prêmio Jabuti em Ciências Humanas em duas ocasiões (1997 e 2005), e em Ciências Exatas, em 2007. Outras premiações importantes reconheceram seu trabalho, como o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia (1999), concedido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra pela Academia Brasileira de Ciências, e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente (2001).