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Dificuldades na escola levam aluna surda a se tornar professora

A didática não é um desafio para a profissional da rede pública que conhece as duas posições, a de aluna e a de professora surda

15 out 2013 - 09h31
(atualizado às 09h41)
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As dificuldades que enfrentou na escola por ser surda despertaram o interesse de Adriana Gomes Batista em seguir o magistério para tornar mais fácil o aprendizado de crianças na mesma condição
As dificuldades que enfrentou na escola por ser surda despertaram o interesse de Adriana Gomes Batista em seguir o magistério para tornar mais fácil o aprendizado de crianças na mesma condição
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

As dificuldades que enfrentou na escola por ser surda despertaram o interesse de Adriana Gomes Batista em seguir o magistério para tornar mais fácil o aprendizado de crianças na mesma condição. Atualmente, ela é professora da rede pública de ensino do Distrito Federal e dá aulas na Escola Bilíngue Libras e Português Escrito.

Quando estudou, a professora Adriana sofreu com a falta de material adequado e de intérprete em sala de aula. "Eu precisei me esforçar muito para avançar nos estudos. Foi muito exaustivo. Não tinha intérprete na sala de aula, eu não tinha o recurso visual. Quando criança, aprendi o português lido e isso era mais difícil. Por isso, tive o sonho de estudar para trabalhar com as crianças que tinham dificuldade", relatou Adriana em linguagem de sinais, traduzida à Agência Brasil pela coordenadora da escola.

Hoje, na sala de aula, Adriana ensina com o uso de dinâmicas de grupo, batalha naval, jogos, tudo combinado com imagens, sinais e vocabulário. A didática não é um desafio para a profissional que conhece as duas posições, a de aluna e a de professora surda.

Garantir a igualdade de condições no aprendizado entre os alunos surdos e os demais é uma meta da educadora. O recurso visual e a expressão são fundamentais no ensino. Antes, Adriana produzia material, fazia cópia de imagens e conta que era um trabalho exaustivo. Agora, na Escola Bilíngue, relata que o material é adequado. "Com a Escola Bilíngue, o conteúdo é o mesmo do estudante ouvinte. Queremos essa isonomia, essa igualdade", conta a professora, que já soma 15 anos de profissão.

Para o futuro, ela quer mais. A intenção é ter material filmado para fazer avançar o trabalho em sala. "A linguagem de sinais envolve expressões e o ideal é material filmado", explica. A educadora relata que quando ingressam na escola muitos alunos surdos ainda não entraram em contato com a linguagem de libras. Além de ensinar os alunos, a escola tem também cursos voltados para a família, destinados a facilitar a comunicação dos estudantes em casa.

Na Escola Bilíngue onde a professora Adriana ensina, as aulas são ministradas diretamente na linguagem de sinais, com o uso frequente de datashow e em turmas formadas por surdos. O modelo é diferente do adotado nas escolas inclusivas, onde as turmas são mistas e o professor dá aula oral com a presença de um intérprete de libras.

"Antes, existia apenas o modelo de inclusão. O aluno tinha um limite de conteúdo e ele acabava perdendo muito", avalia a professora. "O principal desafio é vencer as limitações dos alunos surdos. Queremos que eles ultrapassem as limitações que existiam no modelo de inclusão", acrescenta.

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Agência Brasil Agência Brasil
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