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'É de escola pública!' Professora no Pará viraliza na rede ao celebrar alunos aprovados na faculdade

Flor Pinto, de 37 anos, dá aulas de Língua Portuguesa em Canaã dos Carajás e conta as dificuldades diárias; estudantes foram selecionados em universidade federal

7 fev 2022 - 10h17
(atualizado às 11h11)
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O misto de emoção e felicidade da professora de Língua Portuguesa, Flor Pinto, de 37 anos, ao saber da aprovação dos alunos em uma faculdade pública ganhou as redes sociais no fim de semana. Docente na cidade de Canaã dos Carajás, a 779 quilômetros de Belém, ela foi gravada por uma amiga, que publicou o vídeo na internet. Ela conta que, apesar do "mico" virtual, está feliz ao saber que pode inspirar outros ao redor do País.

As imagens gravadas por uma amiga mostram o momento em que Flor vê a listagem do vestibular e se depara com o nome de seus alunos egressos do ensino público de educação. "Meus alunos estão passando e eu estou feliz para p***!", exclamou, dando pulos de alegria e com os olhos cheios de lágrimas. "É de escola pública, amiga! Só a gente sabe..." completou. Pelo menos seis alunos garantiram o ingresso na Universidade Federal do Sul e do Sudoeste do Pará (Unifesspa), em cursos como Engenharia Florestal, Engenharia da Computação, Matemática e Jornalismo.

Ao Estadão, Flor Pinto, fala sobre o momento de felicidade e dos desafios diários na sala de aula. O grupo de novos calouros é da Escola Estadual Irmã Laura Martins de Carvalho. Em Canaã dos Carajás, com cerca de 39 mil habitantes, ela também dá aulas em um curso pré-vestibular e em uma instituição particular.

"Eu me emociono com cada comentário. Com as pessoas dizendo que o vídeo deu esperança para elas. Me emociono quando os alunos retornam o vídeo dizendo que me amam, dizendo que vão me dar o diploma deles", conta. "Esses retornos retratam muito essa verdade que eu tenho dos meus alunos."

Bem humorada, Flor ainda completa: "Se esse vídeo serviu para motivar outros professores para ter esperança que 'vai dar certo', e que a gente pode fazer mais, valeu a pena o 'mico'", gargalhou ela, que atua na docência desde 2004. "São dois parâmetros bem diferentes nos ensinos privado e público. Na escola pública em que trabalho, temos aproximadamente 1,4 mil alunos nos três turnos. Contamos com um diretor, uma coordenadora e um secretário. Temos a força dos professores, dos que se envolvem no processo", explicou a professora.

A pandemia - que trouxe o medo da infecção pelo coronavírus e o isolamento social - só aumentou as dificuldades. "Na escola pública, temos, ainda, a superação diária dos alunos que moram na zona rural. Com a pandemia, muitos não tinham acesso à internet. Têm alunos que precisam estudar e trabalhar ao mesmo tempo para se manter, então, são esses são alguns de nossos desafios", diz ela, formada pela Universidade Estadual do Pará (UEPA).

Estadão
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