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Enem pode ser reduzido a um dia por conta da pandemia

Exame terá menos questões que as 180 habituais, caso ideia seja colocada em prática

21 mai 2020 - 15h16
(atualizado às 15h25)
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Técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) estudam reduzir o conteúdo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano, por causa da pandemia do novo coronavírus. Uma ideia, segundo apurou o Estadão, seria fazer apenas um dia de prova, em vez dos dois que acontecem normalmente. Dessa forma, o Enem teria menos questões. Hoje são 180 testes e uma redação.

Foto: fdr

O Inep anunciou nesta quarta-feira, 20, o adiamento do exame, que é o maior vestibular do País, e estava marcado para 1º e 8 de novembro. Mais de quatro milhões de estudantes já se inscreveram. O Inep, que faz parte do Ministério da Educação (MEC), não definiu ainda uma nova data. Mesmo assim, a página do Enem na internet ainda informa que não haverá adiamento.

De acordo com técnicos ouvidos pelo Estadão, os estudos estão tentando calcular quantas perguntas podem ser retiradas para que fique só um dia de prova, mas não tão longo. É importante também manter a precisão dada pelo modelo estatístico da prova, a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Por ela, as perguntas são calibradas, em testes anteriores, para se saber se são fáceis, médias ou difíceis. A intenção é manter o mesmo grau de dificuldade.

Hoje, são 45 questões de cada área (Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática). Uma possibilidade seria diminuir para 30 de cada, o que daria um total de 120 questões. Os técnicos também buscam incluir perguntas com enunciados menores para que a prova possa ser feita mais rapidamente.

Como o Estadão mostrou, um Enem "mais leve" é um pedido de entidades de universidades privadas, que veem o adiamento da prova como um problema para o ano letivo de 2021. O diretor do Semesp, que representa as instituições particulares de São Paulo, Rodrigo Capelato, diz que um dia só de prova poderia tornar o processo mais rápido. "Os alunos não fazem nada antes de sair a nota do Enem", diz.

Segundo ele, os estudantes só decidem por uma universidade particular depois de saberem que não conseguiram uma vaga nas públicas, pelo Sisu, que usa a nota do Enem. Ele acredita que uma prova reduzida - inclusive sem a redação — faria o Inep corrigir mais rápido os milhões de exames. O processo para liberação da nota costuma durar dois meses.

O diretor do Colégio Bandeirantes, Mauro Aguiar, sugere o mesmo. "Quem conhece avaliação acha desaconselhável redação em exames envolvendo massa de candidatos. Há dificuldades para minimizar o subjetivismo", diz. Ele cita exames americanos de admissão em universidades, como o Teste de Aptidão Escolar (SAT, na sigla em inglês).

Técnicos do Inep, no entanto, não pensam em eliminar a redação pelo significado dela na prova. "Seria uma sinalização ruim para o ensino médio, de que não há necessidade de escrever", diz um funcionário que pediu para seu nome não ser divulgado.

Estadão
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