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Alunos de Ensino Médio em tempo integral tem maior taxa de participação no Enem, aponta pesquisa

Estudo encomendado pelo Instituto Natura faz comparativo com estudantes de Ensino Médio em tempo parcial

15 nov 2024 - 05h00
(atualizado às 05h00)
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Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foi aplicado nos dias 2 e 9 de novembro
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foi aplicado nos dias 2 e 9 de novembro
Foto: DIRCEU PORTUGAL/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Um estudo realizado com estudantes do Ensino Médio em tempo integral, da rede pública, mostrou que estes jovens tiveram uma taxa de participação 16,5% maior no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em comparação com estudantes do Ensino Médio em tempo parcial.

A pesquisa intitulada "Efeitos do ensino médio em tempo integral sobre os indicadores educacionais dos alunos" foi realizada pelos pesquisadores Naercio Menezes Filho e Luciano Salomão, em parceria com o Instituto Natura.

"A escola de Ensino Médio integral é uma necessidade. Toda vez que a gente faz esse estudo, a gente encontra impactos interessantes. Essa escola tem que estar conectada a vida do aluno, tem que trazer perspectiva para a vida dele. Imagina uma escola onde os professores ficam mais tempo e, portanto, podem ter mais conexão com os alunos, uma escola que os professores são professores tutores também", explicou David Saad, diretor-presidente do Instituto Natura para a América Latina.

Além destes alunos de Ensino Médio em tempo integral terem tido maior taxa de participação em edições do Enem ao longo dos últimos 8 anos, eles também conquistaram notas maiores, especialmente na Redação, com até 29 pontos a mais. 

Levando em conta o recorte racial, estudantes pretos, pardos e indígenas obtiveram um impacto ainda mais significativo, com aumento de até 32 pontos na Redação, em comparação a 20 pontos para estudantes brancos e amarelos. 

"A escola em tempo integral, pela sua própria natureza, é uma escola que é uma ferramenta a favor da redução da desigualdade educacional dentro do que se pode fazer com o efeito escola. Hoje, o Ensino Médio integral é uma ferramenta poderosa de redução de desigualdade, mas pode ser muito mais", afirmou Saad.

No comparativo que leva em conta o ingresso em universidades a taxa de alunos em tempo integral é 5,8% maior do que em relação aos estudantes de tempo parcial. Já no Ensino Médio em tempo integral com ensino técnico concomitante, há um incremento de 8,4% nas matrículas no Ensino Superior. 

Os pesquisadores também buscaram um recorte econômico: com o aumento de 10% das matrículas no Ensino Médio integral, há um aumento de 3% no setor formal de empregos. Além disso, para estudantes pretos, pardos e indígenas, o efeito na geração de empregos é três vezes maior, chegando a 4,5%, em comparação com alunos brancos e amarelos, que alcançam 1,5%. 

Fonte: Redação Terra
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