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Dados sobre o Brasil que podem te ajudar no Enem - e na vida

Confira uma seleção de números e informações sobre a sociedade brasileira que podem ser úteis na hora de realizar o exame

11 nov 2022 - 19h49
(atualizado em 13/11/2022 às 10h31)
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A partir das 19h deste domingo (13), e acompanhe o gabarito extraoficial do primeiro dia do Enem  em tempo real.

Foto: iStock/iStock / Guia do Estudante

Aqui no GUIA DO ESTUDANTE, já te mostramos como interpretar o tema proposto na redação do Enem, como saber se o seu texto está fugindo do assunto, se é necessário ou não escrever um título. Falamos também sobre como os corretores da redação do analisam o repertório sociocultural apresentado no texto, elemento avaliado na competência 2. É nesta competência que o candidato articula informações, fatos, números e citações com a argumentação proposta no texto. Ou seja, é ela que avalia o repertório externo inserido na dissertação. E construir um bom repertório, definitivamente, não é tarefa fácil.

A indicação dos professores é tentar fazer dessa busca um hábito. Ler livros, artigos, acompanhar o noticiário, estar atento às discussões atuais, exercitar um ponto de vista crítico... É muita coisa, a gente sabe, mas se você não sabe por onde começar - ou o que priorizar a essa altura do campeonato - ter uma noção básica da realidade brasileira pode ser extremamente útil.

São informações que por vezes passam despercebidas no dia a dia, mas que, no texto, vão demonstrar conhecimento de mundo por parte do candidato. Quer ver só?

De acordo com os últimos números do IBGE, o Brasil possui atualmente 215 milhões de habitantes. Deste número, 110 milhões são mulheres e 105 milhões, homens. Agora, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019, 42,7% dos brasileiros se declararam como brancos, 46,8% como pardos, 9,4% como pretos e 1,1% como amarelos ou indígenas.

Entre as regiões que compõem o território nacional, o Sudeste é a que concentra o maior número de habitantes: é a morada de 42,4% da população total. O estado mais populoso do país também se encontra nesta região, São Paulo, com 47 milhões de habitantes.

Das regiões brasileiras, a Sul é a que concentra o maior número de autodeclarados brancos, com 73,2% da população. Já a região Nordeste é a maior concentração de autodeclarados pretos, 11,9%. A região norte é a que concentra mais autodeclarados pardos, sendo este grupo 72,2% dos habitantes.

Ao saber sobre os números citados, temas como racismo a problemas urbanos podem ter vindo à sua mente, certo? É exatamente aí que mora a importância dos dados sobre a população brasileira: eles ajudam a explicar muitos fenômenos sociais e embasar alguns argumentos na hora de dissertar sobre eles.

Neste texto, separamos quatro dados atuais relacionados ao Brasil, do meio ambiente ao trabalho informal. Confira!

Área desmatada da Amazônia é a maior em 15 anos

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Foto: Wikimedia Commons/Reprodução / Guia do Estudante

Entre os meses de janeiro e setembro de 2022, a área desmatada da Floresta Amazônica atingiu 9.069 km². É o pior número em quinze anos - desde que o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) implantou o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) para a fiscalização da Amazônia Legal. Para se ter uma ideia, a área desmatada equivale a oito vezes a cidade do Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com o Imazon, além do desmatamento em si, as áreas de degradação da floresta causadas pelas queimadas e pela extração de madeira cresceu 359%. Foi de 1.137 km² em setembro de 2021 para 5.214 km² em setembro de 2022, um aumento de quase cinco vezes. 

A porção brasileira da Amazônia corresponde a mais da metade do território brasileiro - a floresta ocupa 59,7% do país. As principais causas do avanço desenfreado do desmatamento na Amazônia é a atividade predatória, como a expansão de indústrias, a mineração e a extração de madeira.

<a href=" " target="_blank" rel="noopener">Saiba mais sobre o bioma da Amazônia nesta vídeo aula do Guia do Estudante.

Número de trabalhadores informais quebra recorde no Brasil

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Foto: Pinterest/Divulgação / Guia do Estudante

Entre os meses de junho e agosto de 2022, o número de brasileiros trabalhando de maneira informal atingiu uma marca histórica. A categoria inclui aqueles que exercem algum tipo de ofício no setor privado sem ter a carteira assinada - e, portanto, sem ter acesso a benefícios como férias remuneradas, aviso prévio, pagamento de horas extras, descanso semanal remunerado, 13º salário, faltas justificadas, vale-transporte, licença maternidade, entre outros.

De acordo com os dados PNAD Contínua, divulgados pelo IBGE, 13,2 milhões de pessoas trabalham atualmente sem a carteira assinada. É o maior número da série histórica iniciada em 2012. O grupo foi o equivalente a 39,7% do total da força de trabalho brasileiro durante o período.

Crimes contra a população LGBTQIA+ aumentam em um ano

Em 2018, manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, pela visibilidade de pessoas transexuais
Em 2018, manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, pela visibilidade de pessoas transexuais
Foto: NurPhoto/Getty Images / Guia do Estudante

De acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em junho deste ano, entre 2020 e 2021 houve um aumento de casos de violência contra a população LGBTQIA+ no Brasil. Casos de estupro aumentaram 88,4% em um ano, de 95 para 179 no mesmo período. Lesões corporais dolosas, isto é, ataques físicos com uso de violência, cresceram 35%, de 1.271 para 1.719. Por fim, o número de assassinatos também saltou, passou de 167 para 179, um aumento de 7%.

+ Transfobia: entenda as raízes e os impactos deste tipo de preconceito

Quando se trata de questões vinculadas à população LGBTQIA+ é importante ter em mente que os dados podem não refletir o número real de casos. Pela ausência do debate público sobre o tema, ou pelo receio do preconceito ou da retaliação, muitas vítimas acabam não fazendo uma denúncia, ou, quando a fazem, a justiça acaba configurando o caso como outro tipo de crime que não seja necessariamente relacionado à LGBTfobia.

Neste ano, uma pesquisa inédita foi divulgada pelo IBGE. Pela primeira vez na história do instituto, e de caráter experimental, uma coleta foi feita com o objetivo de quantificar indivíduos maiores de 18 anos que se identificassem como homossexuais ou bissexuais. Segundo o resultado, cerca de 2,9 milhões de pessoas se declararam homossexuais ou bissexuais no Brasil, o que equivale a 1,8% da população adulta.

Total de casos de racismo registrados em SP supera a soma dos dois últimos anos

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil / Guia do Estudante

Durante o primeiro semestre de 2022, o estado de São Paulo registrou 265 denúncias de casos de discriminação racial. O número supera a soma das denúncias realizadas entre 2019 e 2021, que, juntas, acumularam 251 casos. A informação é da Secretaria de Justiça e Cidadania do estado de São Paulo e, segundo a própria, o aumento dos registros poderia estar vinculado também à maior divulgação dos canais de denúncia (que inclui uma linha 24 horas) e a crescente consciência de que racismo é crime.

+ Como o mito da democracia racial perpetua o racismo no Brasil

Desde 1989, a Lei 7.716, conhecida com Lei do Racismo, pune todo tipo de discriminação ou preconceito baseado em cor, gênero, raça, idade e outras características individuais. Além da legislação, desde 2010, o Estatuto da Igualdade Racial busca garantir à população negra a "efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica".

Segundo os dados do Painel da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, 610 denúncias de crime de racismo foram registradas no Brasil durante o primeiro semestre de 2022. No mesmo período, 97 denúncias de injúria racial. Além de São Paulo, os estados que mais apresentaram denúncias também se encontram na região Sudeste - Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Guia do Estudante
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