De xisto betuminoso à crise financeira: confira atualidades para o Enem 2013
Questões sobre o novo Código Florestal e a guerra entre as Coreias também devem aparecer nas provas deste ano
Para além de cálculos e conceitos que se aprende na sala de aula, os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vão deparar com debates recentes da sociedade nas provas dos dias 26 e 27 de outubro. Seja o futuro da Venezuela após a morte de Hugo Chávez ou a divisão dos royalties do pré-sal brasileiro, os mais variados temas da atualidade podem aparecer como pano de fundo para questões de diferentes disciplinas ou até mesmo como ponto central das perguntas.
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O professor de geografia do curso pré-vestibular Unificado Saul Chervenski aposta na presença de um assunto no exame: os desdobramentos da crise financeira na Europa. “Os índices de desemprego giram em 27% em países como Espanha e Grécia, e chegam a 64% na população jovem”, relata o professor. Para ele, além dessa ligação direta com o tema abordado, os alunos devem estar atentos a perguntas relacionadas ao assunto. “Com a crise na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, houve uma inversão do saldo migratório. Muitas pessoas dos países ricos, fugindo da crise, acabaram indo trabalhar em países emergentes”, explica Chervenski. “Está havendo também uma migração seletiva, como o caso dos médicos cubanos que vieram para o Brasil. O Enem poderia cobrar isso como tema da redação”, prevê o professor.
Outra problemática geopolítica que tem chances de aparecer na prova do Enem é a tensão entre as Coreias: “Essa crise é longa, os primeiros testes nucleares da Coreia do Norte aconteceram em 2006, e os países estão oficialmente em guerra. Porém, é um assunto que se atualiza sempre que há um novo teste nuclear”.
Como não há distinção clara entre as disciplinas em que se pode cobrar atualidades, estudar sobre esses assuntos é tarefa a ser realizada dentro e fora da sala de aula. Dessa forma, para que os alunos se mantenham atentos às questões atuais, Chervenski destaca a internet como ferramenta fundamental de fonte de notícias, mas faz uma ressalva: a necessidade de o aluno saber filtrar o excesso de dados. “Nunca na história se teve tanto acesso à informação. Porém, ela pode ser tendenciosa”, diz. Para ele, o aluno deve selecionar o que lê e focar em fatos - que é o que é cobrado em provas - e não em opiniões. “Essa acaba sendo uma das funções do professor: funcionar como filtro, orientar o estudante e o ajudar a exercer uma leitura crítica”, comenta. Silva também aponta a internet como fonte de informação essencial. Além disso, ele recomenda que, para aprofundar os assuntos que eventualmente aparecerão em prova, sejam propostos debates entre professores e alunos.Valdinei Aparecido da Silva, professor de geografia e atualidades do Anglo Vestibulares, aponta questões ambientais como as mais prováveis de serem cobradas no teste. Segundo ele, o novo Código Florestal, que opõe ruralistas e ambientalistas, é um dos temas que o estudante deverá saber interpretar. Além disso, Silva destaca a problemática das fontes de energia e uma possível “revolução energética”. “O xisto betuminoso pode substituir as fontes de energia atuais. O Brasil tem reservas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas não as utiliza de forma significativa. Isso pode ser questão de prova”, alerta. Chervenski também considera o xisto como uma questão provável de aparecer no teste. Dentro da seara ambiental, ele acredita serem dignos de atenção os impactos ambientais da agricultura: “O impacto da agricultura no Cerrado ou na Floresta Amazônica tem gerado perguntas corriqueiras nos últimos exames”.
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