Enem 2024: como os conflitos no Oriente Médio podem ser cobrados no exame?
O Exame Nacional do Ensino Médio acontece nos domingos de 3 e 10 de novembro
Israel, Palestina, Irã, Líbano, Iêmen… O Oriente Médio segue imerso em conflitos, que escalonaram neste ano, e esse assunto pode aparecer no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova será realizada em dois domingos consecutivos, nos dias 3 e 10 de novembro.
Para Pedro Lopes, professor de Geografia que atua com vestibulandos e na preparação de simulados como supervisor de avaliações no SAS Educação, é interessante que o estudante estude sobre esses conflitos tentando compreender os contextos históricos, econômicos e geopolíticos. Mas é importante lembrar que a prova do Enem já está pronta, logo, situações muito específicas que seguem em curso não devem aparecer no exame.
No geral, segundo o professor, as questões costumam dialogar com os conflitos, fazendo referência a eles, mas levando o estudante a analisar fatos já consolidados.
Ele cita como exemplo as duas últimas aplicações do Enem, em que apareceram questões sobre conflitos – como foi o caso de 2023, com os conflitos entre Israel e Palestina, e em 2022, com a Guerra da Ucrânia. Essas perguntas queriam que o estudante analisasse contextos, antecedentes históricos do conflito ou relações de poder em torno deles.
Então, o que estudar? Confira dicas do professor Pedro Lopes:
- Mais sobre as nações;
- Implicações socioeconômicas ou políticas acarretadas por esses conflitos;
- Quais são as raízes desses conflitos;
- Fatores que levaram à escalada das tensões entre as nações envolvidas;
- Aspecto cultural do Oriente Médio;
- Questões sobre migrações, deslocamentos forçados e como os conflitos têm acarretado isso;
- Questões que levem o estudante a fazer associações entre problemas sociais e conflitos geopolíticos.
E a redação? Para Lopes, é pouco provável que esses conflitos apareçam na redação. Isso porque, historicamente, os temas da redação do Enem são mais relacionados ao contexto do Brasil.
"Seria uma surpresa", pontua.
Tipo de pergunta
Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e que também atua em projetos com vestibulandos, avalia que temas do tipo costumam ser avaliados em duas frentes: da história dos conflitos ou da parte jurídica, de direito internacional.
Para ele, isso pode ocorrer por meio de perguntas de múltipla escolha ou de questões mais objetivas. Ele cita que pode ser perguntado, por exemplo:
- Sobre as história dos conflitos
Criação do Estado de Israel;
Quando Gaza se tornou um território desassociado;
Guerra dos Seis Dias em 1967;
Acordos de paz de Oslo em 1993.
- Sobre elementos jurídicos
Elementos jurídicos internacionais que buscam pela paz;
Conselho de Segurança das Nações Unidas e seu papel;
Papel da ONU no conflito;
Mais sobre estabelecimento de corredores humanitários e do cessar fogo.
- Outros tópicos pontuais
Quem está envolvido nos conflitos;
Estado no Oriente Médio que foram afetados diretamente;
Qual a posição do Brasil no conflito;
Ideia da autodeterminação e da criação de um Estado palestino;
Qual o status da Palestina na comunidade internacional.