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Pais de candidatos reclamam da distância dos locais de provas do Enem

Para levar os filhos para fazer o 2º dia do exame, eles enfrentaram calorão e muito tempo gasto no transporte público

12 nov 2023 - 15h30
(atualizado às 18h56)
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Foto: Marcela Coellho

Para levar a filha de 18 anos para fazer o segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste domingo, 12, a paulistana Rosângela Amorin Queiroz Lacerda, de 42 anos, precisou sair de casa às 8h10 -- quase 4 horas antes do horário da abertura dos portões-- e percorrer quase 60 km em meio a um calor de quase 40º C. Elas moram em Guaianases, na Zona Leste de São Paulo, mas a filha, que busca uma vaga na graduação de Direito, foi alocada em uma escola na região central.

"Precisamos pegar lotação, trem e metrô para chegar até aqui", disse Rosângela, que por causa da distância preferiu aguardar a jovem finalizar as cinco horas de prova na porta da Unip Vergueiro. "Não vale a pena voltar para casa", completou ela, que enfatiza que os pontos de exame não foram bem distribuídos.

Reclamação que também foi feita por Renata Dias, de 39 anos, que mora na Freguesia do Ó, Zona Noroeste, e que acompanha a filha de 17 anos em sua primeira participação no Enem. "Não foi bem organizado", enfatiza ela, que demorou 1 hora e meia para percorrer de transporte público o trajeto de casa até o local da prova.  

Tempo similar ao percorrido por Carlos Eduardo Miné, de 60 anos, e da filha de 18 anos. Eles moram em Itaquera, na Zona Leste, e saíram de casa às 9h para chegar com tranquilidade na prova. "Não quero que ela vá embora sozinha e não compensa voltar para casa. O jeito, então, é aguardá-la até o fim", afirma.  

O calor acaba não ajudando tanto na espera desses pais, mas eles são unanimes ao dizerem preferir o sol a chuva. "Se estivesse chovendo, seria muito pior", aponta Renata. 

Erro na distribuição das provas

Em meio às constantes reclamações sobre a distribuição dos locais de provas do Enem 2023, o ministro da Educação, Camilo Santana, revelou que houve erros tanto por parte dos alunos quanto da empresa responsável pela realização do exame.

O contrato entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a empresa estipula que nenhum aluno poderia ter um local de prova a mais de 30 km de sua residência. Mas, na prática, não foi o que aconteceu. 

Com o erro, todos os estudantes alocados a mais de 30 quilômetros de suas casas podem solicitar a reaplicação da prova nos dias 12 e 13 de dezembro.  Os pedidos poderão ser feitos na página do participante entre os dias 13 e 17 de novembro. O Inep analisará esses pedidos, e no caso de erros cometidos pelos próprios alunos, a reaplicação não será garantida.

A empresa se comprometeu a arcar com todas as despesas relacionadas à reaplicação das provas, uma vez que a falha foi atribuída a ela. O MEC assegura que fará o possível para garantir que os alunos prejudicados pela empresa tenham um local de prova próximo à residência.

Fonte: Redação Terra
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