Questão de Física do Enem tem requisitos para ser anulada, dizem especialistas
Exame Nacional do Ensino Médio teve segundo dia de provas neste domingo, 10, com questões de Matemática e Ciências da Natureza
Uma questão do caderno de Ciências da Natureza do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mais especificamente sobre Física, pode ser anulada, explicam especialistas ouvidos pelo Terra. O segundo dia de provas do Enem ocorreu neste domingo, 10, com 90 questões de Matemática e de Ciências da Natureza, que incluíam perguntas de Biologia, Física e Química.
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A questão corresponde ao número 124 no caderno verde, 129 no caderno azul, 102 no amarelo e 100 no cinza. "Quando você calcula a potência da cafeteira com os dados do enunciado, a gente encontra um valor de 933 watts. Esse valor é acima da potência total fornecida pelo enunciado da cafeteira de 700 watts", afirmou Madson Molina, professor de física do Curso Anglo.
"A questão propõe uma máquina cuja potência total é de 700 watts e, quando a gente calcula, a potência útil de 933 watts é maior do que a potência total, o que fisicamente é impossível", completou o especialista. Até o momento, o Ministério da Educação (MEC) não se posicionou sobre a possibilidade de anular a questão.
A professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, explicou que houve um erro de formulação da pergunta: "É uma questão defeituosa, que deverá, provavelmente, ser anulada. O tempo calculado nas condições ideais do contexto supera os três minutos. Portanto, não dá uma resolução para o aluno".
Por outro lado, ela elogiou as outras questões dos cadernos de Matemática e de Ciências da Natureza, afirmando que houve uma "variedade de questões" com nível "excelente".
Átila Zanone, coordenador de conteúdo do Fibonacci Sistema de Ensino, ressaltou que a tentativa de resolução da questão pode ter prejudicado "bons estudantes", justamente pela falta de resultado. "O que aconteceu foi que houve um erro de formulação de forma que a potência real que chegou até a água acabou ficando maior do que a ideal. Ou seja, gerou uma situação impossível", destacou.
"Brincando com os alunos, o que eu disse é que faltou mencionar que, no meio desse aquecimento, passou o Super-Homem com a sua visão de calor, e aí ajudou a potência elétrica e forneceu mais calor do que o que saiu da parte elétrica. Ela está completamente defeituosa. Dependendo em qual caderno estava essa questão, muitos alunos perderam tempo porque é uma questão muito clássica, é um raciocínio muito clássico. Ela estar com erro conceitual pode ter sido um fator complicador para bons estudantes", finalizou.