Escola causa ira por festa da profissão "se tudo der errado"
Estudantes usaram vestimentas de vendedores, faxineiros, mecânicos e outros profissionais
A Instituição Evangélica Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, se viu em meio a uma polêmica nesta segunda-feira (05) após uma festa usar a temática "se tudo der errado" para instigar estudantes sobre as opções em caso de reprovação no vestibular. Realizada na hora do intervalo e direcionada para turmas do terceiro ano do Ensino Médio, a comemoração convidava os alunos a se fantasiarem com trajes de profissões ou atividades que considerariam como possibilidade se os planos "dessem errado". Entre as opções elencadas pelos adolescentes estavam vendedores, faxineiros, ambulantes, mecânicos, cozinheiros e garçons.
Imediatamente a ação repercutiu de forma negativa nas redes sociais, que foram tomadas por críticas ao colégio. "Se a educação de vocês é pautada por valores, devemos nos questionar que valores são esses ou de que forma são passados", disse um internauta junto à nota de esclarecimento emitida posteriormente pela instituição. Pais também procuraram a internet para criticar a escola: "como mãe de aluna da educação infantil, que tem uma vida escolar toda pela frente, eu esperava, no mínimo, a apresentação de um plano de retratação", mencionou Larissa Brito.
Através de sua página no Facebook, a escola classificou a questão como "mal entendido", e que não teve intenção de discriminar. Afirmou que "o objetivo principal dessa atividade foi trabalhar o cenário de não aprovação no vestibular, e de forma alguma fazer referência ao não dar certo na vida". A nota também mencionava que atividades como esta "auxiliam na sensibilização dos alunos quanto a conscientização da importância de pensar alternativas no caso de não sucesso no vestibular e também a lidar melhor com essa fase."
O Colégio Marista Champagnat, de Porto Alegre, que em 2015 realizou ação semelhante, também emitiu nota sobre a festa. Disse que o "recreio temático" realizado naquela ocasião foi posteriormente avaliado como "não apropriado" e, por isso, cancelado nos anos subsequentes. A postagem no site do colégio, com as fotos daquela ocasião, foi substituída pela nota de esclarecimento "em virtude da repercussão do caso".