Escolas dos EUA adotam câmeras escondidas para vigiar uso de cigarros eletrônicos
Venda dos dispositivos no país é legalizada apenas para maiores de 21 anos
Escolas dos Estados Unidos adotaram o uso de câmeras escondidas e sensor de fumaça para controlar a utilização de cigarro eletrônico nas dependências escolares. Fácil de ser transportado e comercializado em diversos estabelecimentos, os tradicionais vapes se popularizaram ao redor do mundo e virou uma febre entre os adolescentes.
Nos Estados Unidos, a utilização dos dispositivos entre adolescentes cresceu nos últimos anos dentro e fora do ambiente escolar. O consumo é comum em ambientes reservados, como nos banheiros, e há casos até de venda dos dispositivos na escola. A venda só é liberada a partir dos 21 anos. No Brasil, a comercialização desses dispositivos são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.
Em entrevista para a agência de notícias Associated Press, Aaliyah Iglesias, estudante da escola secundária do Texas, contou que ao ser descoberta com o vaper foi enviada para um colégio alternativo por 30 dias, onde os alunos fazem cursos regulares, mas não frequentam as aulas, e foi alertada sobre a possibilidade de enfrentar acusações criminais.
Por ser presidente do conselho estudantil, seu papel como capitão da equipe de debate colocou até mesmo suas bolsas de estudo em risco. “Fiquei pasmo”, disse Iglesias. O administrador tentou descobrir quem estava envolvido, mas acabou dispensando todos os alunos”, completou.
Diferença entre cigarro eletrônico e cigarro tradicional
As diferenças entre o cigarro eletrônico e o tradicional vão além do funcionamento (combustão versus vaporização). Enquanto o cigarro tradicional contém substâncias tóxicas como alcatrão, monóxido de carbono e nicotina, o eletrônico, embora não produza monóxido de carbono ou alcatrão, apresenta uma maior quantidade de nicotina, podendo causar dependência mais rápida e intensa.
No Brasil, a venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas desde 2009, conforme resolução da Anvisa, devido à falta de evidências científicas sobre a segurança desses dispositivos. Apesar da proibição, cerca de 3% da população adulta (aproximadamente 4,7 milhões de pessoas) faz uso diário ou ocasional de cigarros eletrônicos, revelando um problema persistente. Entre os jovens, os índices são ainda mais preocupantes, com 13,6% dos estudantes de 13 a 15 anos e 22,7% dos alunos de 16 a 17 anos relatando terem experimentado cigarro eletrônico.