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Estudante poderá escolher área de avaliação no 2º dia do Enem a partir de 2021

Exame deve passar por alterações em função da Reforma do Ensino Médio

20 nov 2018 - 15h05
(atualizado às 19h08)
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SÃO PAULO - O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta terça-feira, 20, que o segundo dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será para avaliar os conhecimentos específicos da área escolhida pelos estudantes para aprofundamento durante o ensino médio. A mudança deve acontecer na edição de 2021 e é um reflexo da reforma dessa etapa de ensino.

As mudanças do Enem estão previstas nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais do ensino médio, homologadas nesta terça pelo ministro da Educação, Rossieli Soares.

A reestruturação do ensino médio, aprovada em 2017, prevê que 40% da carga horária dessa etapa seja flexível, ou seja, que o aluno escolha a área na qual vai aprofundar seus estudos, podendo escolher entre linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico. . Os outros 60% são para os conteúdos comuns, como Matemática e Linguagens - os conteúdos a serem desenvolvidos nessa parte ainda estão em discussão, pela chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Segundo o ministro, o Enem seguirá o mesmo modelo. No primeiro dia de prova, serão cobrados os conteúdos previstos na parte comum a todos os estudantes. No segundo dia, o estudante será avaliado de acordo com o a área de estudo escolhida. "Como mudar o ensino médio e não mudar o Enem? O exame precisa mudar, refletindo o que está sendo feito na educação. O itinerário não é só aprofundamento, é preciso fazer uma avaliação desses itinerários", disse Soares.

O ministro explicou que as mudanças no exame não são imediatas, pois ainda dependem da aprovação da BNCC, que está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE). A previsão é de que o documento seja aprovado ainda este ano. "Precisamos ter a base para definir como será o novo formato da prova e então iremos produzir um novo banco de ítens [de onde saem as questões usadas no Enem]. Essa mudança ainda deve demorar de dois ou três anos para ser efetivada", afirmou.

Para especialistas, as mudanças propostas para o Enem o aproximam do formato de vestibulares mais antigos e pode tornar o acesso ao ensino superior ainda mais difícil para alunos de escolas públicas.

Fernando Espiritu Santo, coordenador do sistema de ensino Poliedro, diz que a mudança para um segundo dia com avaliação de conhecimentos específicos deve tornar a prova mais difícil. "Por um lado, facilita a vida do aluno que vai poder direcionar os estudos para a área que tem mais interesse. Por outro lado, deve aumentar a dificuldade da prova nesse segundo dia, com a cobrança de conteúdo mais aprofundado. Isso pode prejudicar ainda mais alunos de escolas públicas", disse.

"O Enem cada vez mais se distancia de sua função avaliadora. Ele deveria ser um diagnóstico das habilidades e competências adquiridas pelo estudante durante a educação básica, mas está se tornando cada vez mais uma ferramenta de seleção, e consequentemente de exclusão, para o ensino superior", disse Gilberto Alvarez, coordenador do Cursinho da Poli.

Críticas

No ano em que completa 20 anos de existência e se consolida como o segundo maior exame de acesso ao ensino superior do mundo, o Enem foi alvo de críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro. Após a aplicação da prova, ele reclamou de uma questão e disse que no próximo ano quer ter conhecimento prévio do conteúdo das perguntas antes da aplicação - para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo exame, e especialistas a possível interferência do presidente coloca em risco a segurança da prova.

Questionado sobre a possibilidade das mudanças anunciadas ontem não serem implementadas pelo próximo governo, o ministro disse que caberá à nova equipe alterar as regras vigentes. "Cabe ao novo governo avaliar e implementar as políticas. Aquilo que é norma ou lei deve ser cumprido, a não ser que se mexa nas normas. A construção da matriz de avaliação, a construção real do novo Enem, caberá ao novo governo", disse.

Estadão
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