Estudantes brasileiros disputam competição de robótica nos EUA
Jovens participam de campeonato apoiado pela Nasa
Uma equipe formada por estudantes brasileiros está participando de uma competição internacional de robótica nos Estados Unidos. Os jovens representam o País na FIRST Robotics Competition (FIRST - For Inspiration and Recognition of Science and Tecnology), disputa que faz parte de um projeto da Nasa - agência espacial americana - cujo objetivo é difundir o interesse pelo desenvolvimento de sistemas e aumentar o número de especialistas que trabalhem na área em todo o mundo.
Mais de 300 mil estudantes participam da competição, dividida em diversas etapas regionais. Os alunos brasileiros participaram da edição em Boston (Massachusetts) entre os dias 21 e 23 de março. Agora, eles se preparam para disputar a etapa de Washington (D.C.), que começa amanhã e vai até o dia 30, quando ocorrem as finais. A equipe brasileira é composta por alunos do Colégio Província de São Pedro, no Rio Grande do Sul.
Cerca de 20 alunos na faixa de 13 a 17 anos integra a equipe #383 Team, que foi campeã em edições nos anos de 2001, 2002 e 2010. Neste ano, eles enfrentaram problemas durante os jogos classificatórios em Boston: um componente do robô chamado Brazilian Buddy IV apresentou uma falha e impediu a classificação para as etapas finais. Apesar do problema, os estudantes destacam o aprendizado e garantem que chegam com ânimo renovado à disputa em Washington.
"A expectativa agora é ter um desempenho melhor e talvez chegar às finais", afirmou Guilherme Peretti, da direção do Colégio Província de São Pedro, que acompanha os alunos. "Trabalhamos o ano todo em cima disso, e esses problemas só nos dão ainda mais vontade de vencer", garantiu por telefone ao Terra o estudante Guilherme Lima, 15 anos, parte da equipe que está nos Estados Unidos.
Competição
A edição da FIRST em 2013 consiste em um jogo baseado no disco conhecido como frisbee. O desafio é desenvolver um robô que tenha a habilidade de recolher discos e conseguir lançá-los em direção a espaços abertos em uma parede. Formando espécies de goleiras, essas aberturas estão dispostas em alturas diferentes, somando pontuações distintas - de acordo com a dificuldade do desafio.
Para desenvolver o robô, dezenas de estudantes se reúnem a cada ano a fim de discutir como obter o melhor desempenho. Jovens matriculados desde a 8ª série do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio participam do processo de criação. Eles recebem o apoio de ex-alunos, que tiveram a mesma experiência em anos anteriores. Os veteranos contribuem com aulas de programação, ensinam a utilizar alguns softwares e contam como aproveitar a oportunidade de viajar e disputar uma competição internacional.
Diante desse comprometimento - os alunos participam do projeto apenas fora do horário normal de aula, pelo menos uma vez por semana -, alguns dos envolvidos não têm dúvida quanto a qual carreira seguir. "Quando eu estava no final da 7ª série, a escola propôs que eu entrasse na parte mais profunda da robótica e me juntasse ao projeto. Hoje, não tenho dúvidas de que quero cursar engenharia, provavelmente da computação", disse ao Terra Felipe D'amico, 17 anos. O desejo é compartilhado pelo colega Guilherme: "ainda não decidi qual área, mas com certeza quero seguir na engenharia".