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Estudantes de escola pública se unem para combater o desperdício da merenda escolar

Alunos desenvolveram aplicativo e biodigestor para reaproveitar alimentos que são jogados fora pelos colegas

25 jun 2023 - 05h00
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biodigestores caseiros
biodigestores caseiros
Foto: Arquivo projeto TESLA

Preocupadas com a quantidade de alimentos que estava sendo desperdiçada na merenda escolar, um grupo de estudantes da Escola Estadual Professor Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos (SP), decidiu agir. Juntas, Julia Ranzula, Ana Beatriz Camargo, Fernanda Menezes, Maria Julia Salvador Porcino, Mariana Franco e Raquel Barbosa investigaram as causas do desperdício para então combatê-lo.

Da iniciativa surgiu a ideia de desenvolver um aplicativo para ajudar no controle de refeições.

"Foi uma forma que elas encontraram de fazer toda  a comunidade escolar participar. Toda a comunidade escolar ficou empolgada quando elas apresentaram o protótipo na escola", diz Isabel Kakuda, uma das orientadoras da inciativa, em entrevista ao Terra.

A professora de biologia divide com a colega Bárbara Rodrigues, que dá aulas de química, a responsabilidade do Juntos Acabaremos com o Desperdício (Jades). O grupo concentra as soluções de combate ao descarte de alimentos em excesso. Inclusive, as bases do aplicativo foram o mapeamento feito pelas próprias estudantes, aliando conhecimentos em matemática, português, biologia, física e química, a partir de entrevistas e pesquisas com a comunidade escolar.

Os conhecimentos obtidos no curso de programação e robótica, oferecido pela Universidade de São Paulo (USP), deram o norte para os primeiros passos do app. A ferramenta, que começou a ser desenvolvida em 2019, ainda não foi concluída por falta de recursos. Na retomada, o Jades pretende incluir algumas funcionalidades, como: controle de refeições que serão servidas, quantidade de alunos que irão fazer as refeições e quantidade de estudantes com restrições alimentares.

"As meninas que iniciaram o desenvolvimento do aplicativo não conseguiram finalizá-lo, tivemos a pandemia e o projeto precisou ficar um tempo parado. Desenvolver esse app é uma das metas para o grupo", destaca Isabela de Paula, estudante do 2º ano do Ensino Médio e uma das alunas que querem dar continuidade ao legado da pesquisa.

Enquanto o aplicativo não fica pronto

Para reduzir os impactos do desperdício de alimentos que ainda acontece na escola, um grupo de ciências que se inspirou na missão de combate ao desperdício de alimentos criado pelo Jades, decidiu desenvolver um biodigestor caseiro para reaproveitar os restos da merenda escolar. Com apenas dois baldes e força de vontade, professoras e alunos criaram o objeto caseiro para transformar alimentos descartados na hora do lanche em biogás e biofertilizantes.

"É um processo de decomposição. A gente coloca o esterco de vaca dentro do biodigestor e deixa as bactérias fermentarem. Após a inserção do alimento no biodigestor, os resíduos começam a se transformar em biofertilizante", explica Kauan Yuri, integrante do Tesla. 

Hoje, o biodigestor desenvolvido pelo projeto estudantil tem capacidade de armazenamento de 6kg por dia. Esse volume não é suficiente para comportar a quantidade de alimentos desperdiçados diariamente, mas o Tesla busca uma forma de mantê-lo funcionando.

Professora Bárbara Guedes na produção de biofertilizante
Professora Bárbara Guedes na produção de biofertilizante
Foto: Foto: Clube TESLA

Para os próximos meses, a ideia é criar um sistema de aquecimento utilizando placas solares no interior dos biodigestores caseiros. O objetivo é assegurar a temperatura nos 36ºC durante o inverno, para dar condição de desenvolvimento às bactérias anaeróbicas, que têm dificuldade de crescer na presença de oxigênio e são importantes na produção dos biofertilizantes.

Fonte: Redação Terra
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