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Estudantes protestam contra fechamento de escolas em SP

Segundo professores e alunos, a medida foi tomada sem diálogo com a comunidade escolar

6 out 2015 - 16h46
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Estudantes, pais de alunos e professores das escolas estaduais Tadakyo Sakai, João Martins e Alípio Oliveira e Silva fizeram nesta terça-feira (6) um ato em frente à Diretoria de Ensino de Taboão da Serra, onde estão localizadas as unidades, para protestar contra o governo estadual, que dividirá os colégios estaduais em ciclos de ensino, obrigando os alunos a mudar de escola a partir do ano que vem.

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A proposta foi apresentada às diretorias de ensino no último dia 22 de setembro. O objetivo é que as unidades ofereçam classes de um dos três ciclos dos ensinos básico (anos iniciais, do 1º ao 5º, e finais, do 6º ao 9º), fundamental e médio. A ideia é que os alunos estudem a no máximo 1,5 quilômetro da unidade em que estão matriculados.

Conselheiro da subsede Taboão da Serra da Apeoesp (sindicato da categoria), Antônio de Jesus Rocha afirmou que a medida foi tomada sem nenhum diálogo com a comunidade escolar. “Foi a toque de caixa para implementar rapidamente, sem a comunidade ter conhecimento. Isso implica demitir professor e prejudicar estudantes. Estamos aqui para impedir que isso ocorra”. Segundo ele, os professores protocolarão na Diretoria de Ensino um documento com as reivindicações.

Professor da Escola Alípio de Oliveira e Silva, que será fechada, Ademilson Teles Almeida, informou que a unidade tem um histórico na cidade por ser uma escola antiga. “Não somos contra a reorganização da educação, mas não com o fechamento de escolas. Isso obriga o aluno a sair de uma escola onde estudou a vida inteira, onde tem uma cultura. Eles terão de sair para outra realidade. Isso é prejudicial a todos.”

Aluna da escola, Fernanda Nalon Pires Saloia, 16 anos, disse ser bem difícil a possibilidade de a escola fechar, porque foi onde criou laços com outros alunos e professores. “Acho injusto fecharem nossa escola. Não queremos que feche nenhuma, mas se for para fechar que façam com uma que tem menos recursos e infraestrutura”.

Professor de história e sociologia da Escola João Martins, que também está na lista de reformulação, Sérgio de Brito Garcia declarou que as mudanças prejudicam toda a estrutura da escola. Acrescentou que o ato de professores e alunos objetiva chamar a atenção do governo para o diálogo. “Com a realocação de períodos para outros espaços, teremos salas superlotadas, o que é muito ruim pedagogicamente”.

Para o aluno Diego Fernando Freire de Araújo, 17 anos, da Escola Tadakyo Sakai, muitos amigos serão prejudicados, porque trabalham durante o dia e estudam à noite. “Com a mudança para outra escola, ficará mais longe e com acesso mais difícil. Tenho amigos de diversos anos que, se tiverem que escolher entre trabalhar e estudar, vão escolher a primeira opção.”

Professora da Tadakyo Sakai, Vânia Perejon Haro afimou que muitos alunos irão para o período noturno e para uma escola de difícil acesso por haver ladeiras no caminho. “Acredito que haverá evasão. Muitos já comentaram que, entre o trabalho e o estudo, ficarão com o trabalho. Essas mudanças são feitas sem levar em consideração que uma escola não é só um prédio. Ela tem uma história, uma identidade.”

De acordo com a Secretaria da Educação, o processo de readequação está em estudo e não houve ainda a decisão de fechar escolas. A ideia é de que as unidades tenham ciclos únicos, porque há estudos indicando que o aluno tem rendimento 10% maior nesse modelo. Além disso, a secretaria informou que, desde 1998, as escolas estaduais deixaram de receber 2 milhões de matrículas. Por isso, a necessidade de readequação.

Conforme a secretaria, as mudanças levarão em conta as especificidades de cada região. Elas serão informadas para alunos e pais em uma reunião no próximo dia 14 de novembro, data em que também serão informadas as novas escolas dos alunos.

Agência Brasil Agência Brasil
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