Frase sobre violação de mulheres cria embate na PUC-RS
Alunas postaram fotos usando bigode, em ato de defesa ao professor autor da frase
“As leis são como as mulheres, foram feitas para serem violadas". Essa foi a frase dita por um professor do curso de Direito da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), que causou um embate tanto dentro da faculdade quanto nas redes sociais. Compartilhada mais de uma centena de vezes, grupos feministas logo se manifestaram contra o que foi dito, o que fez com que alunos partissem em defesa do professor Fabio de Melo Azambuja.
“Estávamos na sala copiando e daqui a pouco ele pede autorização para fazer a piada que poderia ofender alguém, mas ninguém falou nada, até porque não sabia o que ele ia dizer(...) publiquei exatamente as palavras que ele utilizou, sem fazer qualquer juízo de valor, sequer citei o nome dele”, conta Luan Sanchotene sobre a postagem que fez nas redes sociais.
A repercussão nas redes sociais e na mídia irritou os alunos que partiram em defesa do professor, dizendo que a frase foi tirada de contexto e que não foi dado direito de defesa a Azambuja. “Indignamo-nos ao ver este professor que, além de estar sendo 'demonizado' sem qualquer possibilidade de defesa, está tendo sua imagem denegrida perante todos. Sendo notoriamente usado como ferramenta por aqueles que visam a autopromoção inescrupulosa fundada em um sensacionalismo barato", publicou uma aluna como nota de apoio a Azambuja.
Durante a manhã desta sexta-feira, foi realizado um ato em apoio ao professor. Além disso, alunos publicaram frases como "somos todos Azambuja", "Je Sui Azambuja", além de fotos com bigode em homenagem ao professor.
“Eu nem pude vir para a aula, no grupo do Direito (nas redes sociais), eu estou sendo atacado e hostilizado por quem é mais amigo do professor, as pessoas levaram isso para o lado pessoal e eu nem entro no mérito do professor, porque uma frase dessas é errada não importa quem seja o autor”, justifica Sanchotene, explicando que terá provas com Azambuja. “Tenho prova com ele e todo está querendo me matar, mas não distorci nada, apenas publiquei o que ele disse, não sabia que era segredo”.
Já a PUC-RS emitiu nota dizendo que “representantes da Faculdade de Direito ouviram as partes envolvidas no fato relatado durante os dias de quarta e quinta-feira. Estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para solucionar o caso. A PUCRS e a Faculdade de Direito não compactuam com qualquer manifestação ofensiva”.
O professor disse que, por enquanto, não vai se manifestar sobre o assunto.