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Greve na USP: veja o que foi decidido na nova assembleia de estudantes

Reunião na Escola Politécnica teve momentos de tensão e discordâncias entre os alunos

18 out 2023 - 21h57
(atualizado em 19/10/2023 às 10h16)
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Em nova assembleia realizada nesta quarta-feira, 18, na Escola Politécnica (Poli-USP) estudantes da Universidade de São Paulo (USP), em greve desde 20 de setembro, votaram para continuar a paralisação - que vai completar um mês nesta sexta-feira. Uma nova assembleia foi aprovada e convocada para a próxima quinta-feira, 26.

O encontro apresentou momentos de tensão, discordâncias e maior divisão entre os que desejam manter os braços cruzados e os que apoiam a permanência no movimento. E, diferentemente das assembleias anteriores, a decisão não foi decretada por contraste, mas sim por contagem do votos, com placar de 388 a 215 a favor da extensão da greve.

Apesar da permanência do estado de paralisação, o movimento vem perdendo força, conforme mostrou o Estadão, com menos adesões de unidades e mais defensores do encerramento do movimento e retorno das atividades.

Isso se refletiu na assembleia desta quarta, marcada por maior divisão e divergências entre os grevistas. De um lado, estavam os alunos que entendem que as medidas oferecidas pela reitoria são insuficientes; e, do outro, os universitários que acreditam que a mobilização está enfraquecida e que o grupo está menos fortalecido para continuar as negociações com a direção da universidade.

Estudantes se manifestam à favor da continuidade da greve em assembleia realizadas na USP
Estudantes se manifestam à favor da continuidade da greve em assembleia realizadas na USP
Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO / Estadão

As falas favoráveis à permanência na greve eram aplaudidas em coro, enquanto qualquer manifestação contrária ao fim da paralisação era abafada com vaias e interrupções. Os membros da mesa, que coordenaram a assembleia, precisaram fazer intervenções e pedir aos estudantes que não se manifestassem durante as falas. Integrantes do Diretório Central Estudantil (DCE) que se mostraram inclinados pelo retorno das atividades também eram criticados.

As principais reivindicações são a contratação imediata para substituir professores que se aposentam, são exonerados ou que vêm a óbito - processo chamado de gatilho automático; a abertura de mais vagas para docentes pretos, pardos e indígenas; a admissão de mais profissionais para o bandejão (restaurante universitário) e o reajuste de bolsas de permanência para estudantes de baixa renda.

Além disso, os estudantes alegam também que o que tem sido oferecido pela reitoria não atende de forma plena as demandas estudantis, e que sair da greve seria uma derrota para o movimento.

Em relação à contratação de professores, a reitoria assumiu o compromisso de fazer as admissões automáticas, mas apenas até o final da atual gestão, que se encerra em 2025.

Alunos fizeram na Escola Politécnica nova assembleia para definir o futuro da greve estudantil, que completa um mês nesta sexta.
Alunos fizeram na Escola Politécnica nova assembleia para definir o futuro da greve estudantil, que completa um mês nesta sexta.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

Críticos à continuidade da greve entendem que as promessas da reitoria são conquistas e, embora não sejam ideias, podem ser encaradas como vitórias. Além disso, temem que esticar a paralisação pode provocar um recuo por parte da reitoria em relação às medidas oferecidas.

Movimento vem perdendo força nos últimos dias

A greve vem perdendo força desde a semana passada com a volta às aulas de unidades expressivas, como os cursos de Medicina, Direito, Poli e a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA). Os docentes, que também paralisaram as atividades por alguns dias, já retomaram os trabalhos.

Ao mesmo tempo, algumas das unidades paralisadas ainda mantém os piquetes e controlam o acesso às salas de aula, como a Escola de Comunicação e Artes (ECA).

Depois de rodadas de negociações com os alunos, a reitoria chegou a apresentar uma série de compromissos em uma carta aos estudantes, como a admissão de 1.027 docentes (sendo mais de 140 vagas abertas de forma antecipada), o aumento no número de bolsas para estudantes de baixa renda, a construção de uma creche na USP Leste e a garantia de que nenhum curso será fechado por falta de professores.

Depois da apresentação deste documento, a Reitoria da USP não voltou a se manifestar sobre o movimento estudantil.

De acordo com o DCE, estão em greve ainda os estudantes da ECA, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, dos cursos de Letras, Geografia, História, Instituto de Matemática e Estatística (IME), Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), Ciências Moleculares, Ciências Sociais, Psicologia, Física, e do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP.

Estadão
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