Há dois anos, incêndio no Instituto do Egito destruía tesouro em obras antigas
Destruição do prédio no centro do Cairo, próximo à praça Tahir, foi considerado pelo ministro da Cultura "uma catástrofe para a ciência"
Em 2011, manifestantes entraram no prédio em chamas do Instituto do Egito para retirar manuscritos antigos e obras raras - dos quais grande parte virou cinzas após um incêndio. As manifestações que tomaram conta do Cairo na época fizeram com que as forças de segurança e os manifestantes que acampavam desde o fim de novembro daquele ano em frente à sede do governo entrassem em confronto em meio aos protestos contra a nomeação de um ex-chefe de governo durante o regime de Hosni Mubarak como primeiro-ministro.
O ministro da Cultura, Shaker Abdel Hamid, qualificou de "catástrofe para a ciência" o incêndio que destruiu o edifício do instituto, fundado em 1798, durante expedição ao Egito de Napoleão Bonaparte. "No edifício havia manuscritos muito importantes e livros, cujo equivalente é muito difícil encontrar no mundo", declarou, na ocasião
Uma perícia determinou que o prédio corria o risco de desmoronar. Militares e manifestantes, enquanto os dois lados trocavam acusações de brutalidade e vandalismo: enquanto o exército egípcio afirmava que o incêndio foi causado por coquetéis Molotov jogados pelos manifestantes, parte da população dizia que foi uma provocação do governo.
O Instituto do Egito conservava uma biblioteca de mais de 200 mil obras, incluindo muitas raridades. A maior parte delas não tinha cópias digitais.