Dinastias intelectuais
As Dinastias Intelectuais primaram por ser as principais responsáveis pela formação das ideologias do século XX. São elas: o Humanismo renascentista, os Iluministas do século das Luzes, os Liberais da época das revoluções americana e francesa e da Revolução Industrial, e, finalmente os Socialistas que serviram como estímulo às revoluções comunistas do século XX.
Os humanistas
Primeira formação de um conjunto de intelectuais a se tornar relativamente independentes do sacerdócio, atuando nas universidades européias de então, que procuram orientar seus estudos para o Homem/Mulher. Majoritariamente italianos, recorrendo à sabedoria herdada dos gregos e romanos, inclinaram-se fortemente para definir ou delimitar o espaço ocupado pelo humano num cenário que marcava o declínio da Idade Média e o afloramento do Renascimento na Itália e nos demais reinos europeus. Interessaram-se pela Cidade do Homem, abrindo caminho para o estudo do espaço natural que circundava a humanidade. São os patronos dos estudos associados às humanidades (literatura, línguas, filosofia, etc.).
Principais humanistas: Petrarca, Boccaccio, Pico de La Mirândola, Erasmo de Roterdam, Maquiavel, Thomas Morus, etc.
Os iluministas
A “família iluminista” teve seu núcleo principal na França do século XVIII. Os pensadores e homens-de-letras travam intensas batalhas contra a Igrejas e as prerrogativas do corpo sacerdotal, denunciando a superstição e os demais mecanismos de opressão dos humanos (sevicias, torturas, galés) desejando formar, e lutando para isto, um novo Homem liberto das crendices, da servidão e da escravidão. Ao mesmo tempo batalharam pela liberdade de expressão e pelo direito ao livre pensamento. As principais conquistas do moderno mundo liberal devem-se a eles, assim como a empolgante idéia do Progresso e do aperfeiçoamento ético dos homens. A eles devemos a liberdade política, de imprensa, de palavra, de religião, etc.
Principais iluministas: Voltaire, Diderot, JJ Rousseau, Condorcet, Kant, etc...
Os liberais
Quase todos originados do triângulo dos livre-pensadores (França, Inglaterra e dos Estados Unidos) do século XVIII e XIX, opuseram-se fortemente ao Estado Absolutista criticando tanto o intervencionismo econômico como a inclinação despótica dos soberanos. Ao mercantilismo então vigente opuseram o laissez-faire e o livre-cambismo. Proclamaram e defenderam a Separação dos Poderes (executivo, legislativo e judiciário) e destacaram a importância dos parlamentos e das eleições. A moderna democracia é decorrente dos princípios defendidos por eles. Lançaram as bases do estudo da economia e alimentaram a oposição ao intervencionismo estatal e ao domínio da burocracia.
Principais liberais: Montesquieu, os fisiocratas franceses, Adam Smith, Benjamin Franklin, Jefferson, Tocqueville, Benjamin Constant, etc.
Os socialistas
Partindo das várias correntes radicais afloradas pela Revolução Francesa e da Revolução Industrial, os socialistas das mais variadas inclinações se associaram no século XIX na fundação da Internacional Socialista para coordenar o movimento dos trabalhadores.
Opuseram-se fortemente ao pensamento liberal e ao predomínio político do conservadorismo, denunciando a exploração das massas no industrialismo. Acusavam a existência de uma histórica e permanente luta de classes, atribuindo as mazelas da sociedade burguesa à existência da propriedade privada e à desigualdade daí decorrente do regime Capitalismo. Foram os instigadores tanto das revoluções comunistas como dos projetos de reforma da social-democracia.
Principais socialistas: Gracus Babeuf, Karl Marx, Friedrich Engels, Proudhomme, Bakunin...