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Lincoln: a guerra civil e a defesa da integridade territorial

10 jan 2013 - 14h38
(atualizado às 14h38)
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“Meu objetivo maior nesta luta é salvar a União, e não manter ou destruir a escravidão. Se for possível salvar a União sem emancipar qualquer escravo eu o farei; e se eu puder salvá-la libertando-os eu o farei!” (A.Lincoln em carta a H.Greeley, agosto de 1862)

Lincoln (1809-1865) foi presidente dos Estados Unidos de 1861 a 1865
Lincoln (1809-1865) foi presidente dos Estados Unidos de 1861 a 1865
Foto: Getty Images

Confirmada a terrível notícia da sublevação confederada, o presidente Lincoln lançou-se às providências. Na Carolina do Norte, uma tropa rebelde, comandada pelo General Beauregard, bombardeara o Forte Sumter da União, na tarde do dia 12 de abril de 1861, ocupando-o em seguida. Um tempo antes os onze estados do Sul, todos escravistas, em Montgomery, no Alabama, haviam rompido a União, constituindo um novo corpo político; os Estados Confederados da América. Manifestado abertamente a sua intenção separatista, além de alçarem uma bandeira própria,  até um outro presidente elegeram: Jefferson Davis.

Era a tão temida secessão! Os sulistas, que viviam da exploração do braço negro, não aceitaram a vitória eleitoral de Lincoln, um político do Illinois identificado com “(...) as pessoas que se opõem à extensão da escravatura.” Mesmo ciente de que iria conduzir o país à guerra, Lincoln sabia que uma das primeiras obrigações de um Chefe de Estado, qualquer que seja, é defender a integridade territorial do seu país: “A união dos estados é perpétua”, disse ele no discurso de posse. Jamais iria à guerra, como escreveu ao jornalista Horace Greeley, somente pela causa dos negros.

É verdade que, desde que viajara para o Sul como advogado, ao presenciar a venda daquela pobre gente numa praça pública, ele ficou com profunda aversão aos horrores impostos pelo  cativeiro. No entanto, como reiterara em seus discursos de campanha, não moveria um dedo para que “os negros tivessem direito de voto, aprendessem profissões rentáveis ou viessem a casar com brancos”. Mas pela União sim. Para mantê-la, ele não mediria esforços.

Alegando “privilégios do Executivo”, Abrão Lincoln foi o presidente americano que até então mais concentrou poderes, permitindo-se até suspender os artigos constitucionais que davam garantias aos cidadãos. Também criou o imposto de renda sem aprovação do Congresso, estabeleceu a censura à imprensa, cassou o direito à palavra, baniu e exilou gente suspeita (autorizou inclusive que destacamentos militares vindos diretamente da batalha de Gettysburg, atirassem no povo de Nova York, amotinado em julho de 1863 contra o recrutamento.

Para romper com a inércia e a incrível matança em que a guerra separatista atingira três anos depois de ter começado, Lincoln apoiou o plano do General Shermann, o braço direito do comandante-supremo Ulysses Grandt, de assolar o Sul, de espremer-lhe até a última gota.

Lincoln assinara a Emenda da Emancipação, libertando os escravos, só depois de dois anos de guerra, em 1º de janeiro de 1863. E foi mais para provocar confusão nas terras inimigas. Numa conversa reservada que teve então com alguns líderes negros, sugeriu a eles que voltassem com os libertos para a África. O presidente não apostava um níquel furado na possibilidade de os brancos, sulistas ou nortistas, aceitarem a integração dos ex-escravos na sociedade americana.

Contabilizando ambos os lados, a guerra civil, a mais violenta travada em toda a história das Américas, provocou 630 mil mortos, 375 mil feridos e mutilados, e um gasto de US$ 5,2 bilhões.

Fonte: Voltaire Schilling
Fonte: Especial para Terra
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