Segundo Elie Ghanem, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), levando em conta o comportamento normal dos pais, o uso do chip não espanta, mas não quer dizer que seja correto.
"Minha primeira reação: eu não acho estranho. O que é mais costumeiro é que os pais sejam vigilantes, mas nem todos os pais disponham de chips". Segundo Ghanem, é comum que os pais façam um controle meticuloso, e exagerado, da vida dos filhos. "As mães sabem quais são as marcas de nascença, cicatrizes e enxergam quando tem uma cicatriz nova".
"Ter cuidado com as pessoas é uma coisa recomendável. Estar atentado às sensibilidades e aspirações dos outros é importante. (...) Mas o controle tem sido excessivo e meticuloso. Nós deveríamos nos dar conta de que fazemos isso e parar”.
O caso inglês, afirma Ghanem, só mostra os exageros que já se comete. Para ele, é como um filho que ganha um celular dos pais. A ideia do pai é saber onde o filho está, onde foi, "é controlar, porque vai impor que ele (o filho) vá a determinado lugar ou fique em algum lugar".
"Vigiar não é cuidar, não é dar carinho", diz o professor, que afirma que a prioridade para os pais era dar atenção e amor, e não vigiar e controlar.