Leni Vieira Dornelles*
No que se refere à reportagem que discute a proibição de aparelhos tecnológicos na sala de aula é possível se pensar que crianças, jovens e adultos precisam aprender a fazer um uso social destes instrumentos, não apenas no que se referem as suas tecnologias, mas, também, suas regras e a etiqueta de comunicação.
Este é um aprendizado profundamente social que se constitui em comunidades de práticas. Assim, todos os envolvidos com o uso de tais tecnologias precisam também entender suas implicações no mundo social e tecnológico de sua época. Para que se tornem um cidadão informado, se necessita aprender a ser crítico, posicionado, capaz de expressar opiniões, sentimentos, discordâncias, prazeres e desprazeres e isto só será possível se conseguirmos ser, capaz de ouvir e respeitar os espaços que envolvem nossos parceiros, nossos interlocutores.
Portanto, resta-nos aprender a interagir em meio às múltiplas culturas, e dentre estas a cibercultura de uma ciberinfância, que não têm raça, gênero, geração ou local de origem. São globais, não tem território específico, nem costumes. Atingem todas as classes sociais, mesmo que de forma diferenciada. Podem estar a favor ou contra os interesses de outras culturas. São mais uma cultura que se entrecruzam com outras às quais os sujeitos já pertencem ou com as quais convivem. São mais um fragmento na composição das nossas múltiplas identidades, mais uma forma de se estar conectado a outras pessoas e de se mostrar socialmente.
Daí a necessidade de, para melhor convivência, se estar atento a novas regras sociais que as sustentam, pois mesmo que sempre se escape, somos seres desta sociedade.
*Professora associada da Faculdade de Educação daUniversidade Federal do Rio Grande do Sul.