Cotas, uma nova discussão

Marcela Donini

Justas ou não, a verdade é que as cotas étnico-raciais nas universidades brasileiras mudam vidas. Hoje, 125 instituições públicas de ensino superior no Brasil já adotam algum tipo de ação afirmativa para grupos específicos, seja reserva de vagas, como na Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sejam bônus na pontuação do vestibular, como faz a Unicamp.

Os dados foram divulgados em maio pelo Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa. Cento e sete instituições miram alunos da rede pública, enquanto 51 beneficiam negros. Neste ano, o Supremo Tribunal Federal confirmou a constitucionalidade do sistema de cotas étnico-raciais da UnB e da UFRGS. Com a consolidação desses programas, nasce uma nova questão: se entrar na universidade ficou mais fácil, o desafio agora é garantir a permanência desse novo perfil de aluno.

"São temas que merecem ganhar um teor de debate que transcenda a dicotomia atrasada do ser contra e a favor", afirma Gregório Durlo Grisa, doutorando em Educação e membro da Comissão Especial que redigiu a nova resolução sobre as cotas da UFRGS, com votação prevista para dia 3 de agosto.

Conheça, a seguir, as histórias de Silvana, cotista da UFRGS, e Susi, moradora do mesmo bairro onde Silvana se criou, mas que ingressou na mesma universidade pelo acesso universal. Veja ainda o exemplo da Unicamp, instituição que não adota o sistema de cotas e mantém programas com foco em alunos de escolas públicas, em que a palavra "vestibular" ainda é rara.

Cartola - Agência de Conteúdo / Especial para o Terra

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