No evento da INAH, no México, os pesquisadores Sven Gronemeyer e Barbara Macleod, da Universidade La Trobe (Austrália), divulgaram uma nova interpretação sobre a profecia. O texto, segundo eles, diz que Bahlam Ajaw (612-679 d.C.), antigo governante de Tortuguero, será o anfitrião do retorno de um deus, exatamente Bolon Yokte Leia mais.
"A aritmética do calendário maia demonstra que o término do 13º Baktun representa simplesmente o fim de um período e a transição para um ciclo novo, embora essa data seja carregada de um valor simbólico, como a reflexão sobre o dia da criação", comentou Gronemeyer.
Segundo o epigrafista mexicano Erik Velásquez, para os escribas maias, a história como uma narração de eventos humanos foi uma preocupação secundária. Eles se centravam nos rituais de qualquer tipo, por isso, "as inscrições mostram relações complexas entre o tempo, as esculturas e os prédios". Mas por que era tão difícil interpretar esses textos? "Na antiga concepção maia, o tempo se construiu tal como as esculturas e os prédios que as continham, os períodos tinham consciência, vontade, personalidade e se comportavam como humanos", acrescenta Velásquez.
Outra interpretação, do arqueólogo José Romero, especialista no sítio de Tortuguero - onde a inscrição foi achada -, é bem diferente: para ele, a inscrição é uma biografia de um governante local. Nenhuma interpretação recente fala em "fim do mundo". Parece o fim da polêmica. Pelo menos por enquanto.
Foto: Macarthur McBurney / AFP