Os aviões não decolaram, mas o assunto deve aterrissar nas provas de vestibular de todo o País. O vulcão chileno Puyehue, que provocou o cancelamento de voos em diversos países da América do Sul, na Austrália e na Nova Zelândia, pode inspirar perguntas sobre a estrutura geológica da Terra, afirma Paulo Roberto Moraes, professor de geografia do curso Stockler, de São Paulo.
Para o educador, os detalhes da erupção do Puyehue não devem ser cobrados, mas servirão como pano de fundo para questões sobre a movimentação das placas tectônicas. "As provas podem perguntar o motivo de ter atividade vulcânica em certas áreas e em outras não, ou mesmo sobre tremores de terra", afirma. O motivo, segundo Paulo Roberto, é a interação das placas tectônicas, que recobrem o planeta. Quando ocorre alguma instabilidade, o magma rompe a superfície e traz prejuízos para os países.
"É importante conhecer as áreas com mais ocorrência de vulcões, como o Círculo do Fogo no Pacífico, que engloba o Japão, vai até os Estados Unidos e desce pela Cordilheira dos Andes", alerta o professor. Perguntas sobre a relação do Brasil com eventos geológicos semelhantes também têm grande chance de aparecer. Saber a razão pela qual o Brasil não possui vulcões nem abalos sísmicos, salvo raras exceções, é fundamental. "O Brasil não tem porque estamos longe das bordas da placa tectônica Sul Americana, o que nos protege também dos terremotos constantes", explica.
Os vulcões têm estágios, observa Paulo Roberto. É por isso que, aparentemente sem motivo, um vulcão antes adormecido pode entrar em erupção. "Tudo depende da movimentação da crosta terrestre, que tem sempre o magma abaixo fazendo pressão. Não tem como prever quando isso vai acontecer", analisa.