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Inteligência artificial e competências socioemocionais ganham força na educação

Temas se destacaram na Bett Brasil, considerado o maior evento de inovação e tecnologia para a educação em toda a América Latina

27 abr 2024 - 05h00
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Bett Brasil
Bett Brasil
Foto: Beatriz Araujo

Falar sobre Educação não é simples. Nã há um único caminho, as experiências não são únicas e, cada vez mais, se multiplicam as possibilidades de rumos que podem ser tomados na busca por uma educação básica de qualidade para todas as pessoas. Hoje, a inteligência artificial e as competências socioemocionais dos estudantes se destacam como ferramentas para alcançar esse objetivo. 

Ao menos é o que mostrou a Bett Brasil, considerada a maior feira de inovação e tecnologia para a educação na América Latina, que aconteceu entre 23 e 26 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo. O tema da 29ª edição da feira já sinalizava a demanda do setor: "Inovação com propósito: educação em diálogo com as transformações sociais"

As mais de 300 marcas expositoras corresponderam, com ferramentas e soluções que, em sua maioria, se alternavam entre uso da inteligência artificial na rotina escolar e desenvolvimento de habilidades emocionais, sociais e comportamentais que impactam o aprendizado.

"Estamos em uma era onde as tecnologias avançam rapidamente, mas a capacidade humana de adaptar-se e integrar essas inovações ainda é lenta. A inteligência artificial chegou para ficar, e o desafio agora é aprender a conviver com essa nova realidade, garantindo o desenvolvimento emocional e social das pessoas", afirma Adriana Martinelli, diretora de conteúdo da Bett Brasil. 

Os corredores da feira estavam repletos de exemplo representativos dessa perspectiva de Adriana sobre IA. Foi difícil passar por uma área sem encontrar alguma ferramenta que utilizasse inteligência artificial. A reportagem do Terra encontrou, em dois dias de visita, modelos de plataformas de correção de redações e materiais didáticos gamificados, por exemplo, entre outras soluções que usam a tecnologia como suporte para facilitar o processo de ensino-aprendizagem.

O assunto também pautou debates nos 12 auditórios que tinham programação simultânea. O pesquisador Walter Goya, que é consultor em tecnologias educacionais pelo Transformative Learning Technologies Lab e ministrou um workshop sobre ChatBots, alertou sobre os cuidados que esse novo momento pedagógico exige.

"As pessoas acham que tecnologia é neutra. Mas, na verdade, não. Porque quem usa a ferramenta, quem a desenvolve, pode acabar, até que de forma inconsciente, influenciando no resultado final dos produtos – seja uma sequência didática, uma aula, uma atividade ou assim por diante", explicou ele ao Terra, na reportagem ChatGPT para produzir aulas? Entenda proposta do Governo de SP e o que dizem especialistas.

Competências socioemocionais no debate

Com relação às competências socioemocionais, o grande marco da feira foi a divulgação do estudo "Social and Emotional Skills for Better Lives" ("Competências socioemocionais para uma vida melhor", em tradução livre), conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Instituto Ayrton Senna foi parceiro da entidade na coleta de dados sobre o tema no Brasil. 

Esta foi a primeira vez que o Brasil integrou a lista de países onde a pesquisa aconteceu. O município escolhido para o estudo foi Sobral, no Ceará. A cidade é a número 1 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

A pesquisa revelou que as competências socioemocionais têm impacto direto não apenas no desempenho acadêmico dos estudantes, como também no bem-estar psicológico e no progresso que alcançam nas diferentes instâncias de suas vidas.

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Apesar da importância, Karen Teixeira, gerente de Pesquisa do instituto, pondera que esse debate ainda precisa ganhar espaço. Por outro lado, a questão já parece ter conquistado o mercado de educação. Na Bett, por exemplo, diversos stands traziam luz à questão, como o Programa Líder em Mim, da Somos Educação. A iniciativa é contratada pelas escolas que querem desenvolver competências socioemocionais de educadores, crianças e adolescentes.

Segundo Luciana Patrocínio, gerente de Soluções Complementares da empresa, a procura pela iniciativa tem crescido, e é essencial que esse debate faça parte da comunidade escolar.

"Habilidades socioemocionais serão desenvolvidas ao longo de toda nossa vida, as experiências com as emoções serão renovadas a cada contexto que vivermos, a gestão deve ser trabalhada desde sempre e para sempre", defende.

Fonte: Redação Terra
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