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Investir na formação de experts soluciona gap de talentos

A jornada de formação de talentos no mercado de trabalho vai muito mais além do que investir em mais treinamentos

12 set 2023 - 06h10
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Foto: Adobe Stock

Devido à falta de talentos em todas as áreas, a Korn Ferry, em análise feita em 2021, estimava que até 2030 teremos um déficit de mais de 85 milhões de profissionais no mundo, que resultarão em mais de 8,5 trilhões de dólares em receitas não realizadas. 

Corroborando com estas estimativas, a Brasscom, em relatório também deste mesmo ano, apontava que o déficit de profissionais em TI no Brasil chegará a mais de 530 mil em 2025.

Ainda nesse contexto, a consultora McKinsey, já em 2019, apontava que mais de 68% dos empregadores aqui do Brasil apresentavam dificuldades para preencher todas as posições, incluindo as entry-level, e que o Gartner, em 2022, alertava que mais de 64% dos executivos em TI já identificavam que a mão-de-obra seria um fator complicador no processo de transformação digital das empresas.

Se a falta de talentos passou de uma previsão distante à realidade diária, a solução para este problema nunca foi tão clara: investir em programas de formação de novos talentos.

Algo que precisa estar na agenda de curtíssimo prazo de todas as empresas que querem continuar prosperando e atingindo seus objetivos de negócio.

Importante considerarmos que, no que tange à formação de novos talentos, existem 4 fatores que não podem ser esquecidos em qualquer planejamento do qual se espere um sucesso real e perene nesta área, sendo eles: cultura, organização, tecnologia, e conhecimento.

Cultura

De nada vale investir na formação de novos talentos, se não existir uma cultura de compartilhamento de conhecimentos na empresa, algo que deve ser estimulado e valorizado sempre e de todas as maneiras que for possível. 

Reservar tempo dos colaboradores para que as ações de compartilhamento possam ser concretizadas, estimulá-las com premiações simbólicas ou reais, e utilizar estratégias de gamificação, adicionando um pouco de diversão neste processo, são apenas alguns exemplos das iniciativas possíveis. 

Todo ser humano se anima em auxiliar os demais, por isso a postura da empresa deve ser o de não atrapalhar, deixando o fluxo natural seguir o seu caminho.

Organização

Para aumentarmos a comunicação e a interação na execução das tarefas e atividades, ao mesmo tempo que encurtamos os ciclos de entrega, é importante considerarmos a adoção de metodologias ágeis. 

Scrum, Lean, Kanban, e Smart são algumas das metodologias ágeis disponíveis e já amplamente testadas no mercado, oferecendo uma organização adaptável, flexível e produtiva a qualquer tipo de necessidade, ao mesmo tempo que privilegiam e facilitam o trabalho em equipe, em oposição ao trabalho individual, algo extremamente desejável em cenários, como os atuais, de falta de talentos especializados.

Tecnologia

Também é fundamental considerarmos a utilização de modernas plataformas tecnológicas na gestão das tarefas, e atividades que serão executadas. Através delas fica fácil de dividirmos as funções em tarefas menores e organizá-las por assunto e complexidade, distribuindo-as para os profissionais que já estão habilitados para executá-las. 

Assim, cada um recebe e executa apenas aquela tarefa que é do seu tamanho, ampliando a capacidade, a abrangência, a rapidez, e a qualidade do que é entregue, ao mesmo tempo que permite uma gestão centralizada e eficiente das entregas.

Conhecimento

Finalmente chegamos na capacitação comportamental e técnica dos talentos nas áreas de conhecimentos desejadas, e, ao considerarmos os fatores anteriores, felizmente tudo fica mais fácil. Agora já é possível entender que a capacitação deve se focar na base da pirâmide, aquele local onde habitam a maioria das tarefas em quaisquer atividades, e onde podemos obter grandes resultados com treinamentos focados e de curta duração.

Com uma organização ágil e as tecnologias de ponta nos ajudando a gerirmos e utilizarmos racionalmente todo o espectro de talentos, basta estimularmos as ações de compartilhamento de conhecimentos para que os profissionais da base da pirâmide se desloquem em direção ao topo, abrindo espaço novamente, na base, para que mais talentos sejam treinados, reiniciando todo o ciclo, em um movimento eficiente, eficaz, e ainda inclusivo.

Bala de prata

Se investir em programas de formação de novos talentos é a bala de prata para resolvermos o problema da falta de talentos, considerarmos fatores ligados à cultura, à organização, às tecnologias, e, claro, ao conhecimento, a estratégia fundamental para atingirmos o alvo correto. 

Todos estes fatores atuando em conjunto, nos habilitam a retomarmos o controle do nosso próprio sucesso, invertendo todas estas previsões apocalípticas, e ainda ajudando a incluir dezenas de milhares de pessoas no mercado de trabalho, algo extremamente desejável não somente como profissionais, mas também como cidadãos, e seres humanos.

(*) Leandro Torres é CEO da BePRO Institute e Smart Coding Lab.

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