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Jornalista: jovens desconhecem história da ditadura militar

Daniela Arbex é autora do livro Holocausto Brasileiro e está escrevendo Cova 312, a história de um militante assassinado durante a ditadura

5 ago 2015 - 09h58
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A jornalista Daniela Arbex disse hoje (4) que os jovens desconhecem a história da ditadura militar no Brasil quando saem às ruas em manifestações pedindo a volta do regime. Para ela, apesar de vários livros sobre o assunto, há ainda muitas histórias ocultas sobre esse período.

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Daniela Arbex acredita que falta informação aos jovens que pedem pela volta da ditadura militar no Brasil
Daniela Arbex acredita que falta informação aos jovens que pedem pela volta da ditadura militar no Brasil
Foto: Portal Imprensa

“Ela [a ditadura] não é uma história que todo mundo já contou, tanto é que temos 434 mortos e desaparecidos [políticos] pelo país. Então, é puro desconhecimento”, disse, ao participar do programa Espaço Público, da TV Brasil.

Jornalista investigativa, Daniela Arbex é autora do livro Holocausto Brasileiro, que retrata a vida dos pacientes no Hospital Colônia de Barbacena, e está lançando o livro Cova 312, que conta a história de Milton Soares de Castro, um militante da Guerrilha do Caparaó, assassinado durante a ditadura militar no Brasil. 

Para a jornalista, há uma resistência dos jovens para informar-se sobre o tema, mas ficam impressionados quando descobrem as histórias. “Eles não se interessam pela nossa memória, pela história recente do Brasil. E isso é um perigo, porque acabamos reproduzindo esses modelos que levamos tanto tempo para vencer, como pedir a volta da ditadura, como dizer que 'bandido bom é bandido morto'”.

Seria necessária uma mobilização permanente para apuração e punição dos crimes cometidos na ditadura, segundo Daniela, como ocorre em outros países da América do Sul, para que as pessoas tenham a consciência sobre os danos causados pelo regime.

“A nossa mobilização começou muito tarde, em relação a formar uma comissão para investigar [os crimes da ditadura]. A primeira tentativa de fazer uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] foi em 1995, muito tarde. A Argentina nunca se desmobilizou, essa busca pelos seus mortos e desaparecidos é permanente”, argumentou a jornalista, que trabalha no jornal A Tribuna de Minas, de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

“Não houve nenhum ajuste de contas [julgamentos, no Brasil]. Temos uma lista com mais de 300 torturadores. Essa lista foi divulgada [pela Comissão Nacional da Verdade] e ficou por isso mesmo. Poucos torturadores foram chamados e ouvidos”, disse.

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