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Jovem que reprovou 44 vezes no vestibular passa em Medicina: ‘É como tirar um peso das costas’

Ao Terra, Gabrielle Salis relembrou os desafios para conquistar sua vaga na UFRJ

24 jun 2024 - 05h00
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Jovem que reprovou 44 vezes no vestibular passa em Medicina e faz relato nas redes: 'Tirar um peso das costas':

“Eu reprovei 44 vezes no vestibular”. É assim que a estudante Gabrielle Salis Queiroz, de 24 anos, inicia o relato sobre como passou em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Natural de Ribeirão Preto (SP), ela sempre quis cursar Medicina, mas temia a competitividade por espaço nas universidades públicas – o que é uma realidade. Conforme balanço do Ministério da Educação divulgado em janeiro de 2024, Medicina, Direito, Psicologia, Administração e Enfermagem têm o maior número de candidatos por vaga. 

Por um tempo, Gabrielle cogitou Relações Internacionais, mas ainda no ensino médio aceitou o chamado para Medicina. Ela terminou os estudos e logo iniciou o cursinho pré-vestibular. Na primeira tentativa, ela falhou e considerou o episódio um dos mais difíceis de superar, isso por quê, segundo diz, ficou muito perto de figurar entre os classificados.

De 2017 a 2021, ano em que realmente passou para a UFRJ, foram muitos altos e baixos. Ao todo, ela afirma ter realizado entre 12 e 13 provas por ano de diferentes instituições, totalizando uma média de 50 tentativas e obtendo seis resultados considerados positivos.

“Nas primeiras vezes, eu estudei muito, mas não tinha equilíbrio, eu foquei em só estudar e não colaborei com a minha saúde mental [...] como não passei, fiz um segundo ano de cursinho, mas eu estava com a cabeça muito pesada na época e não estava sabendo lidar [com o fracasso e] as coisas da vida [...] no terceiro ano de cursinho, eu mentalizei: ‘Ou eu passo agora ou cai um raio na minha cabeça’”, disse com humor, em entrevista ao Terra

Gabrielle Salis, estudante de Medicina da UFRJ
Gabrielle Salis, estudante de Medicina da UFRJ
Foto: Arquivo pessoal

No ano de 2021 Gabrielle finalmente atingiu seu objetivo, passou para UFRJ e outras cinco universidades. Apesar do período pandêmico, ela e a família celebraram da forma possível.

“Foi como tirar o peso do planeta dos ombros, sério. Foi muito bom, foi incrível. É uma sensação muito indescritível. Você se sente totalmente recompensado por tudo que você já tentou e já fez na vida. Você sente uma capacidade enorme de vencer. Um amigo do meu pai chegou a brincar que ele tinha economizado ‘um apartamento’”, disse ela, referindo-se ao valor estimado que uma faculdade de Medicina pode custar em instituições privadas.

“Disciplina compra liberdade. A partir do momento que você tem disciplina, você é senhor dos seus desejos”

Analisando sua trajetória, ela consegue reconhecer seus erros, como não testar as provas dos anos anteriores, não corrigir os testes que fazia, estudar apenas matérias que tinha afinidade ou gostava, sem contar a privação de sono ou demandar muito tempo para procrastinação.

“Para se perder nos estudos é muito fácil. O celular, no meu caso, me atrapalhava muito [...] Além disso, me cobrei de forma descabida e acho que isso foi um dos meus erros porque você acaba não tendo paz em nenhum momento. Se martirizar por isso também foi ruim”.

Os principais elementos a que atribui o sucesso nos estudos hoje são equilíbrio e disciplina. “Ter disciplina é o mais difícil. Eu demorei para desenvolver, não nasci com essa habilidade, mas entendi que a disciplina compra liberdade. A partir do momento que você tem disciplina, você é senhor dos seus desejos, das suas emoções. Você não é escravo do desejo imediato. E o engraçado é o desejo imediato, geralmente, contradiz nosso objetivo”.

Aos estudantes que buscam uma vaga numa instituição pública, ela aconselha a persistência e a coragem de falhar. Gabrielle entende que desistir às vezes pode ser a solução, mas enxerga a resiliência como uma das dádivas que nós, seres pensantes, podemos ter.

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Fonte: Redação Terra
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