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Justiça manda escolas públicas da capital se adaptarem para volta às aulas

Ação de grupo de pais pedia para Prefeitura e Estado a abertura de todas as escolas da cidade em fevereiro

17 dez 2020 - 11h33
(atualizado às 17h11)
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A Justiça determinou na noite desta quarta-feira que a Prefeitura e o Estado de São Paulo preparem as escolas públicas da capital para voltarem às aulas em fevereiro. A juíza Carla Montesso Eberlein decidiu com base em uma ação de um grupo de pais de escolas particulares de eliteque pedia o ensino presencial na cidade, como revelou o Estadão.

O manifesto que deu força à ação começou no fim de novembro e está com 35 mil assinaturas. A mobilização surgiu em um grupo de WhatsApp de pais da Saint Paul's School, escola britânica de elite da capital. Eles então se organizaram, procuraram ajuda jurídica e começaram a rodar um abaixo-assinado para outras escolas de São Paulo. Entre as cerca de 20 autoras da ação, há mães de Miguel de Cervantes, Porto Seguro, Chapel School, Avenues, Santa Cruz, Viva, Gracinha, Pentágono, Mobile, Dante, entre outros.

Segundo a decisão, "o retorno às atividades escolares presenciais é absolutamente necessário e, portanto, devem as autoridades responsáveis comprovar empenho para que o retorno seja assegurado". A juíza menciona que foram poucas as escolas públicas que voltaram até agora e por isso pede que se comprove "a adoção das medidas necessárias para a retomada das atividades presenciais" em 10 dias.

Dessa forma, a Prefeitura (escolas municipais) e Estado (escolas estaduais na capital) precisam informar quais as reformas que foram realizadas para melhoria dos ambientes, os equipamentos de proteção e materiais de higiene comprados. A Justiça também vai verificar como os professores e outros trabalhadores foram preparados para a volta.

Nesta quinta-feira,17, como relevou o Estadão, o governador João Doria anunciou que as escolas públicas e particulares poderão continuar abertas mesmo se o Estado estiver na pior fase da pandemia, a etapa vermelha. Hoje, a educação só pode voltar na fase amarela, a que todas as regiões paulistas estão agora. Mesmo que a situação da transmissão do coronavírus e de hospitalizações fique mais grave em fevereiro, no retorno das férias, as escolas poderiam retprnar ao presencial com 35% dos alunos.

A autorização será para que as escolas possam dar aulas regulares, e não apenas atividades extracurriculares, como foi permitido até agora pela Prefeitura para a maioria das séries.

O grupo de pais também entende que há segurança para manter a educação funcionando, desde que respeitando os protocolos sanitários e o distanciamento. "É uma primeira grande vitória da sociedade", diz a administradora e uma das autoras da ação Lana Romani, de 43 anos, mãe de três filhos em escolas particulares da capital. "A Justiça começa a mostrar que a educação precisa ser tratada como essencial e prioritária."

Grupos de pediatras da capital divulgaram nota com o mesmo pedido.

Pesquisas científicas têm indicado que crianças transmitiriam menos o coronavírus, têm menos complicações e ainda que as escolas não são locais de grande transmissão. A Europa também manteve as escolas abertas mesmo com piora da pandemia.

A Prefeitura de São Paulo informou que "desconhece a decisão citada e aguarda notificação pela Justiça". E que a Secretaria Municipal de Educação "tomou diversas medidas para preparar a estrutura da rede escolar para o retorno às aulas presenciais, quando houver a orientação das autoridades de saúde". Entre elas, segundo a pasta, estão o investimento de R$ 73,6 milhões para reforma de escolas, compra de 760 mil kits de higiene, 2,4 milhões de máscaras de tecidos, 6,2 mil termômetros digitais, e 75 mil protetores faciais.

A secretária estadual de Educação de educação informou que 1,7 mil escolas estaduais em 314 municípios retornaram com atividades presenciais, sendo 800 na capital paulista. Foram adquiridos, segundo a pasta, 12 milhões de máscaras de tecido, 440 mil face shields, 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel, 100 milhões de rolos de papel toalha e 1,8 milhão de rolos de papel higiênico.

As escolas ainda receberam cerca de R$ 150 mil cada para para manutenção e conservação das unidades. Segundo o governo estadual, mais 700 milhões já estão sendo serão liberados para os preparativos do ano letivo de 2021.

Estadão
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